A história é velha de
quase quarenta anos.
Comprei este fotómetro a
um amigo e mestre, já usado e em excelentes condições de funcionamento.
Usava-o ele,
essencialmente, para fazer medições de luz incidente e tinha-lhe sido fornecido
pela nossa empresa um ainda melhor. Vantagem minha.
Acontece que, já em casa,
constato disparidades entre a sua leitura de luz reflectida e os resultados
apresentados pela minha câmara. Estranhei e tratei de comparar as medições com
outros aparelhos. Sempre a mesma diferença: um stop mais fechado em leitura
reflectida. Em leitura incidente estava correctíssimo.
Não havia net como hoje
nem os respectivos fóruns. E o manual de instruções, obtido com alguma dificuldade
e sempre vital, não me fornecia nenhuma indicação numa primeira abordagem.
Mas a leitura atenta e
interpretativa deu-me a resposta: tratando-se de um “fotómetro de estúdio”
estava preparado para fazer medições directamente a partir do tom de pele e não
de um cinzento com 18% de reflectância como eu queria e todos os outros
aparelhos faziam. É interessante este método, supostamente dá resultados mais
rápidos, mas é muito ambíguo, já que os tons de pele variam enormemente de
individuo para individuo. Aliás, de zona do corpo para zona do corpo.
Resolvi a questão
recorrendo ao espírito inventivo e de “desenrasca” que tão bem nos caracteriza:
Na grelha usada para
medição reflectida, que aqui se vê entre os meus dedos, tapei alguns dos
orifícios com fita preta. Tentativa e erro até os resultados serem os que
queria. Bingo!
Até hoje matem-se fiel e
constante nas suas medições, nunca me deixando ficar mal naquilo em que o usei.
O que acaba por ter piada
é que há uns poucos anos comprei um outro
fotómetro, também “em segunda mão”. No caso específico um exposímetro, já que
não indica quantidades de luz mas tão só a exposição a fazer com ela. Luz
continua e flash, luz incidente e spotmeter. Tudo em um e com vantagem.
A verdade é que, em modo
spot constatei a mesma variação de um stop quando comparado com outros
aparelhos que possuo. A marca é a mesma, “Seconic”, e a minha memória acordou.
O manual de instruções está na net e forneceu-me a confirmação do que
suspeitava: feito para medir a luz na pele do modelo.
Sendo um aparelho digital
(L-558), a sua re-calibração foi bem mais fácil e rigorosa, permitindo-me
manter os métodos e resultados consistentes do que vou fazendo.
Saber interpretar aquilo
que usamos ou fazemos e ajustá-lo à prática que temos é vital em tudo o que
fazemos: fotografia ou vida.
A grande vantagem da
fotografia é que vem com manual de instruções.
By me
1 comentário:
Hoje já aprendi qualquer coisa,obrigado e um abraço!
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