Tenho um contrato sem termo, ou sou dos quadros, de uma
empresa.
Isso faz com que, ao seu serviço, não descure as minhas
funções, goste ou não, concorde ou não, com os conteúdos que capto e transmito.
Da esquerda à direita, de santos imaculados a criminosos empedernidos,
trato todos por igual deixando a que consome o que faço a função de julgar e/ou
opinar.
Já aquilo que tenho feito quando não ao serviço da empresa
com a qual tenho um vínculo permanente tem ”outro fiar”: Sempre me recusei a
exercer o meu ofício para partidos políticos!
E o motivo é simples: não acredito inteiramente em nenhum
partido, teorias ou práticas e não irei dar o meu melhor voluntariamente para
algo em que não confio. Não irei, com o meu esforço profissional, levar gente a
acreditar naquilo que mesmo não acredito.
Claro que o posso fazer de consciência tranquila e recusar
propostas de trabalho pontuais, já que disso não depende o pão na minha mesa.
Mas se fosse “free lancer” não tendo vínculo com nenhuma
empresa, ponderaria muito seriamente cada proposta que recebesse, aquilatando
os programas e as práticas de quem me contactasse antes de aceitar. Da esquerda
à direita.
Vem isto a propósito de uma figura do panorama musical
português estar arrependido de ter participado numa actividade partidária,
abrilhantando-a e deixando-se fotografar com o líder.
Tem mais de cinquenta anos, pelo que já não é nenhuma criancinha
inocente. E todos nós temos uma ideia, melhor ou pior cimentada, sobre os
partidos existentes: práticas e teorias.
A única desculpa que lhe dou é o facto de a pandemia ter
deixado o mundo do espectáculo de rastos, sem forma de ganhar decentemente a
vida e cada actuação servir, as mais das vezes, para pagar as dívidas
acumuladas ao longo destes meses.
Quanto ao resto, espero apenas que o seu desempenho (que
conto ter sido tão bom e honesto quanto se aguarda de um profissional) não
tenha servido para aumentar a popularidade do partido com o qual colaborou.
By me
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