É curioso como se consideram os “livros sagrados” como algo
imutável, verdades absolutas, leis e normas não discutíveis ou alteráveis.
Por muitos séculos que possam ter, por muitas civilizações
que por eles tenham passado, por muito que as normas da vida humana em
sociedade possam ter sido alterados, continuam a considerar que os “livros
sagrados” não são discutíveis.
E são milhões pelo mundo fora que afirmam “Está no Livro” e,
com isso ou contra isso nenhum outro argumento é aceitável.
E, no entanto, sabemos que os livros são escritos por
humanos, indo buscar a inspiração para o escrever aqui ou ali. Alguns
baseiam-se nas suas próprias vivências, outros no que observam do universo que
os cerca, outros ainda indo buscando inspiração no fundo de uma garrafa ou
agulha.
A nenhum destes se atribui o caracter de “divino”.
Mas ao “Livro”, seja qual for a teoria que contenha sobre o
ou os deuses, atribui-se o valor de inquestionável, de infalível, de absoluto.
Talvez porque, na época em que foram escritos, poucos fossem
os que o saberiam ler ou escrever e as palavras vertidas em pergaminho, papiro,
estelas ou paredes de pedra tivessem um caracter tão misterioso quanto divino
por si mesmo.
Ainda hoje o simples facto de estar escrito no “Livro” faz
disso um mistério e lei, fazendo milhões moverem-se e lutarem pela afirmação da
sua verdade. Seja-o ou não.
Que os deuses nos protejam das verdades insofismáveis e das
inspirações líquidas ou gasosas.
Mas eles, os deuses, devem divertir-se à brava com os
confrontos entre as verdades absolutas dos humanos.
By me
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