A história passou-se numa papelaria do centro de lisboa,
numa estreita e velha rua, com um já idoso caixeiro que pedia meças à idade do
balcão de sólida e vetusta madeira.
Um cliente a ser atendido, com diversas idas e vindas de
quem o atendia. Três clientes à espera de vez, com a calma que hoje não se
encontra no “fash-shopping” das grandes superfícies.
De súbito o telefone toca.
Os telemóveis e smartphones de hoje faziam parte dos
romances e filmes de ficção científica. Aquele tinha um disco numerado no seu
exterior e duas potentes campainhas no seu interior. E eram estas que vibravam,
não deixando ninguém indiferente, mesmo que a uns bons metros de distância e
com problemas auditivos.
Ao cabo de algum tempo de tocar e de ser ingloriamente ignorado
pelo empregado, um dos clientes alertou-o para o aparelho e o seu estridente
chamado. A resposta foi lapidar:
“Eu já ouvi. Deve ser um cliente que não quer estar na fila
à espera de ser atendido e quer fazer o pedido pelo telefone. Atendo quando for
a sua vez, a seguir àquele senhor.”
Não creio que hoje, seja qual for o ramo de comércio ou
serviço ou a superfície do balcão, volte a ouvir semelhante resposta.
By me
Imagem roubada da net
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