Confesso que tenho algumas dúvidas sobre a eficácia da estratégia
nacional a propósito da Covid 19.
Não sobre os tratamentos, vacinas ou gestão de recursos. A
ciência faz o que pode, o dinheiro não estica e profissionais de saúde não
surgem debaixo das pedras e de um dia para o outro.
Refiro-me antes à forma como as instituições oficiais e os
media divulgam informação.
Claro que devemos todos estar informados e perceber como a
pandemia está a evoluir.
Mas a chuva de informação, institucional e mediática, as
polémicas e as guerras, os números diários… fazem com que a doença e os seus
riscos sejam coisa banal, algo do quotidiano, ao qual vamos deixando de prestar
tanta atenção relaxar nas medidas de protecção individual ou colectiva.
Quando um dia a coisa apertar (quando e não se) já serão
pouco relevante as notícias, os números, os avisos: os cidadãos estarão como
que vacinados contra a mediatização da doença e pouca importância lhe darão.
Fará sentido abrandar as comunicações e notícias, sem
escamotear dados nem falsificar números, para que quando for preciso os
cidadãos reajam eficazmente.
E se digo isto não é porque queira aliviar tensões aqui ou
ali, nem proteger esta ou aquela figura pública. É porque conheço os meus
concidadãos, nas suas atitudes de “deixa para lá”, e porque a imagem e o som
dos responsáveis começa a estar mais que gasta.
O Pedro e o Lobo, lembram-se?
By me
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