quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Gastos



 

Confesso que tenho algumas dúvidas sobre a eficácia da estratégia nacional a propósito da Covid 19.

Não sobre os tratamentos, vacinas ou gestão de recursos. A ciência faz o que pode, o dinheiro não estica e profissionais de saúde não surgem debaixo das pedras e de um dia para o outro.

Refiro-me antes à forma como as instituições oficiais e os media divulgam informação.

Claro que devemos todos estar informados e perceber como a pandemia está a evoluir.

Mas a chuva de informação, institucional e mediática, as polémicas e as guerras, os números diários… fazem com que a doença e os seus riscos sejam coisa banal, algo do quotidiano, ao qual vamos deixando de prestar tanta atenção relaxar nas medidas de protecção individual ou colectiva.

Quando um dia a coisa apertar (quando e não se) já serão pouco relevante as notícias, os números, os avisos: os cidadãos estarão como que vacinados contra a mediatização da doença e pouca importância lhe darão.

Fará sentido abrandar as comunicações e notícias, sem escamotear dados nem falsificar números, para que quando for preciso os cidadãos reajam eficazmente.

E se digo isto não é porque queira aliviar tensões aqui ou ali, nem proteger esta ou aquela figura pública. É porque conheço os meus concidadãos, nas suas atitudes de “deixa para lá”, e porque a imagem e o som dos responsáveis começa a estar mais que gasta.

O Pedro e o Lobo, lembram-se?


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