domingo, 9 de agosto de 2020

Equidades



 

Começando por algum lado, afirmo que não sou simpatizante do PCP. Nem seu eleitor.

No entanto, começam a chatear-me o Tico e o Teco os editoriais, os artigos de opinião, as reportagens e as notícias sobre a festa do Avante, que decorrerá em Setembro.

Em primeiro lugar, a pouco menos de um mês, não sabemos como estará o país em termos pandémicos e da quantidade de casos de doença.

Em segundo lugar, e por aquilo que tenho lido e ouvido, sempre foi afirmado que serão cumpridas todas as normas emanadas pelas autoridades de saúde.

Em terceiro lugar, não ouvi ou li coros de protesto mediáticos quando o Campo Pequeno se encheu de gente para um espectáculo com altas figuras do estado presentes. Nem quando passaram a ser permitidas as corridas de toiros nos mesmos espaços. Nem quando o partido mais à direita com representação parlamentar promoveu uma manifestação/desfile pelas ruas de Lisboa.

 

Não creio que haja equilíbrio nos critérios editoriais da comunicação social portuguesa. Em havendo que “abrir fogo” sobre alguma ala política, é sempre sobre a esquerda, usando de paninhos quentes sobre a direita.

Poderá dizer-se que isso é um direito constitucional: liberdade de expressão e de opinião. Mas também é verdade que a comunicação social se afirma como livre e isenta, respeitando o código deontológico, nomeadamente a pluralidade de opiniões e o direito ao contraditório. Exceptuar-se-á, naturalmente, os jornais ou semelhantes que assumem ser a voz deste ou daquele partido ou tendência.

 Diz-se que a comunicação social (o quarto poder) é vital para a democracia e o seu exercício. Estou tentado a acreditar nisso. Mas desta forma ponho muitas reservas no que toca à sua utilidade.


By me

Sem comentários: