Estávamos em Novembro de 2015. Para ser mais exacto, no dia
11 de Novembro de 2015.
No interior da Assembleia da República discutia-se e
votava-se o programa de governo apresentado por Pedro Passos Coelho.
Cá fora, na praça em frente ao hemiciclo, duas
manifestações: uma defendendo a aprovação, outra desejando fervorosamente que
fosse rejeitado.
Entre ambas, um espaço, semelhante a uma “terra de ninguém,
bem delimitado pelas autoridades policias com receio de eventuais confrontos.
Que não aconteceram.
Quem podia ia relatando aos circundantes o que acontecia lá
dentro, sabendo-o pela rádio. Com velhos transístores ou usando as modernas
tecnologias dos smartfones.
Quando se soube do resultado, as palmas e os gritos de
alegria brotaram de um dos lados, naturalmente. Daquele em que me encontrava.
Algures perto de mim, alguém gritou nesse espasmo de
satisfação, uma frase que rapidamente se espalhou pela multidão, qual fogo em
palha seca: “Já caiu, já caiu, vão p’ra puta que os pariu! Já caiu, já caiu,
vão p’ra puta que os pariu!”. Ainda hoje, passados estes anos, me arrepio tal
como nesse fim de tarde.
Nos tempos que correm, com a diversidade dos meios de
comunicação, ainda é a rádio aquilo a que o comum dos mortais recorre quando
quer saber algo em directo, em qualquer lugar e sem peias como cabos ou contractos
de prestadores de serviços.
No dia mundial da rádio, bom será que tal não se esqueça!
By me
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