quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

A notícia




Estávamos em Novembro de 2015. Para ser mais exacto, no dia 11 de Novembro de 2015.
No interior da Assembleia da República discutia-se e votava-se o programa de governo apresentado por Pedro Passos Coelho.
Cá fora, na praça em frente ao hemiciclo, duas manifestações: uma defendendo a aprovação, outra desejando fervorosamente que fosse rejeitado.
Entre ambas, um espaço, semelhante a uma “terra de ninguém, bem delimitado pelas autoridades policias com receio de eventuais confrontos. Que não aconteceram.
Quem podia ia relatando aos circundantes o que acontecia lá dentro, sabendo-o pela rádio. Com velhos transístores ou usando as modernas tecnologias dos smartfones.
Quando se soube do resultado, as palmas e os gritos de alegria brotaram de um dos lados, naturalmente. Daquele em que me encontrava.
Algures perto de mim, alguém gritou nesse espasmo de satisfação, uma frase que rapidamente se espalhou pela multidão, qual fogo em palha seca: “Já caiu, já caiu, vão p’ra puta que os pariu! Já caiu, já caiu, vão p’ra puta que os pariu!”. Ainda hoje, passados estes anos, me arrepio tal como nesse fim de tarde.
Nos tempos que correm, com a diversidade dos meios de comunicação, ainda é a rádio aquilo a que o comum dos mortais recorre quando quer saber algo em directo, em qualquer lugar e sem peias como cabos ou contractos de prestadores de serviços.
No dia mundial da rádio, bom será que tal não se esqueça!



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