Chamávamos-lhes os “Cabeças de giz”!
Talvez porque à tirania do polícia juntávamos os sentimentos que nutríamos pelos professores. Se estes nos obrigavam a estudar e a estar calados na aula, quiséssemos ou não, aqueles impediam-nos de correr na rua e de jogar à bola.
E se o símbolo do professor era o livro de estudo, o ponteiro e o giz, o do sinaleiro era a farda, o casse-tete e aquele capacete colonial, branco que nem giz.
No meio do cruzamento, de pé no asfalto ou calçada, em cima de um pequeno estrado redondo ou no alto daquilo que quase parecia um coreto de um só lugar, com balaustrada e guarda-sol e tudo, acabava por ser o alvo preferencial dos apupos que proferíamos, que este não podia correr atrás de nós.
Hoje, dos polícias sinaleiros e ao que me consta, resta um em Lisboa. Ali para os lados da igreja de São Mamede, no cruzamento da rua com o mesmo nome e a da Escola Politécnica.
Foram substituídos pela modernidade dos semáforos, com o calor das suas lâmpadas, a frieza dos tempos regulados por um engenheiro camarário e a incapacidade de regular quem pára e passa em função das características de cada um. Verde, vermelho, com amarelo pelo caminho. Convenções sem simpatias ou bailados.
Alguém, talvez cheio de nostalgia, recordou o passado. Não é polícia mas é de trânsito, não é colonial mas é branco. Mas é um “Cabeça de giz”! O semáforo com uma tampa de boca-de-incêndio.
E durou dois dias a ironia. Que outro alguém, talvez um cívico, repôs a ordem das coisas. Pois que as bocas tapam-se e os sinais mantêm-se vermelhos!
Texto e imagem: by me
Talvez porque à tirania do polícia juntávamos os sentimentos que nutríamos pelos professores. Se estes nos obrigavam a estudar e a estar calados na aula, quiséssemos ou não, aqueles impediam-nos de correr na rua e de jogar à bola.
E se o símbolo do professor era o livro de estudo, o ponteiro e o giz, o do sinaleiro era a farda, o casse-tete e aquele capacete colonial, branco que nem giz.
No meio do cruzamento, de pé no asfalto ou calçada, em cima de um pequeno estrado redondo ou no alto daquilo que quase parecia um coreto de um só lugar, com balaustrada e guarda-sol e tudo, acabava por ser o alvo preferencial dos apupos que proferíamos, que este não podia correr atrás de nós.
Hoje, dos polícias sinaleiros e ao que me consta, resta um em Lisboa. Ali para os lados da igreja de São Mamede, no cruzamento da rua com o mesmo nome e a da Escola Politécnica.
Foram substituídos pela modernidade dos semáforos, com o calor das suas lâmpadas, a frieza dos tempos regulados por um engenheiro camarário e a incapacidade de regular quem pára e passa em função das características de cada um. Verde, vermelho, com amarelo pelo caminho. Convenções sem simpatias ou bailados.
Alguém, talvez cheio de nostalgia, recordou o passado. Não é polícia mas é de trânsito, não é colonial mas é branco. Mas é um “Cabeça de giz”! O semáforo com uma tampa de boca-de-incêndio.
E durou dois dias a ironia. Que outro alguém, talvez um cívico, repôs a ordem das coisas. Pois que as bocas tapam-se e os sinais mantêm-se vermelhos!
Texto e imagem: by me
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