Quando saí do café, onde fui por uma bica em jeito de fim de
dia, parei cá fora e acendi um cigarro. Quedei-me ali um pouco, olhando em
redor, na esperança de encontrar algo que justificasse a presença da minha
câmara pendurada no ombro. Não tinha pressas.
De igual forma não tinha pressas aquele homem de uns 30 anos
e envergando uma camisola da mesma marca do logotipo na carrinha comercial que
acabara de estacionar. Vinha assoberbado com um saco de lixo e uma caixa de
cartão cheia de mais cartões.
Chegou-se aos contentores, abriu o de “indiferenciados” e
jogou o saco lá para dentro. Sem fechar a tampa, olhou em redor e jogou a caixa
de cartão no mesmo lixão.
Ainda ponderei ir ter com ele e perguntar-lhe porque não
usara o contentor de papel/cartão, mas parei a tempo. Juntou-se-lhe um outro e
ficaram de conversa. Não iria servir de muito, até porque o lixão estava quase
vazio pelo que eu havia visto uns dez minutos antes, e ele garantidamente não
iria corrigir o erro. E, junto com o amigo, a reação iria ser bem mais
veemente. É que são como as matilhas de cães: em conjunto são mais agressivas.
O meu caminho de volta a casa implicava passar junto a eles
e, à media que o fazia, ouvi parte da conversa:
“Agora vão ter só uma amostra mas da próxima, em ganhando
mesmo, vamos acabar de vez com essa esquerdalha de merda. Seremos os donos
disto tudo e ninguém se meterá connosco!”
Fiquei esclarecido.
Já a fotografia fi-la da janela, em trocando de objectiva.
Pentax K1
mkII, Tamron Adaptall2 200mm 1:3,5
By me
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