terça-feira, 20 de maio de 2025

Lixo de gente




Quando saí do café, onde fui por uma bica em jeito de fim de dia, parei cá fora e acendi um cigarro. Quedei-me ali um pouco, olhando em redor, na esperança de encontrar algo que justificasse a presença da minha câmara pendurada no ombro. Não tinha pressas.

De igual forma não tinha pressas aquele homem de uns 30 anos e envergando uma camisola da mesma marca do logotipo na carrinha comercial que acabara de estacionar. Vinha assoberbado com um saco de lixo e uma caixa de cartão cheia de mais cartões.

Chegou-se aos contentores, abriu o de “indiferenciados” e jogou o saco lá para dentro. Sem fechar a tampa, olhou em redor e jogou a caixa de cartão no mesmo lixão.

Ainda ponderei ir ter com ele e perguntar-lhe porque não usara o contentor de papel/cartão, mas parei a tempo. Juntou-se-lhe um outro e ficaram de conversa. Não iria servir de muito, até porque o lixão estava quase vazio pelo que eu havia visto uns dez minutos antes, e ele garantidamente não iria corrigir o erro. E, junto com o amigo, a reação iria ser bem mais veemente. É que são como as matilhas de cães: em conjunto são mais agressivas.

O meu caminho de volta a casa implicava passar junto a eles e, à media que o fazia, ouvi parte da conversa:

“Agora vão ter só uma amostra mas da próxima, em ganhando mesmo, vamos acabar de vez com essa esquerdalha de merda. Seremos os donos disto tudo e ninguém se meterá connosco!”

Fiquei esclarecido.

Já a fotografia fi-la da janela, em trocando de objectiva.

 

Pentax K1 mkII, Tamron Adaptall2 200mm 1:3,5


By me

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