Era um exercício que eu propunha a aprendizes de fotografia,
fosse qual fosse a idade ou equipamento: cores.
Num pequeno passeio mais ou menos aleatório pela cidade,
fotografar o que se via tendo por base as cores do que estava visível. Mas com
uma limitação: mostrar o que se queria mostrar mas com não mais que duas cores
no enquadramento, excluindo o fundo. Não importava o quê, mas esta
condicionante teria que ser cumprida.
O objectivo deste exercício com jogos de cor não era o
equilíbrio ou desequilíbrio entre elas. Isto de nada importava. Aquilo que se
queria era que se ganhasse o bom hábito de ver com olhos de ver todos os
detalhes do assunto e inclui-los ou exclui-los no enquadramento de acordo com o
pedido. Saber ver para além de olhar. Saber ponderar antes de obturar. Saber excluir
o descartável.
Claro que isto implica também saber jogar com distâncias e
perspectiva, por vezes também alguma ginástica acrobática para se conseguir o
que se queria. Tal como o recusar premir o botão porque a norma não se cumpre.
Este treino visual e a disciplina que implica é importante
para a prática da imagem técnica (fotografia, cinema, vídeo) para que não seja
necessário uma multiplicidade de técnicas posteriores de remendar o que ficou
roto na tomada de vista.
O passeio era antecedido de umas pequenas “brincadeiras” com
smarties ou pintarolas e guardanapos coloridos para despertar a atenção para as
cores. No final comiam-se os doces e limpava-se a boca.
By me
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