Esta fotografia tem um pouco mais de dez anos e faz
parte de uma série que vou mantendo, agora com menos frequência: "Um
olhar".
Publiquei-a na altura com o seguinte texto:
“A menina das tintas
Era tímida e foi o cabo dos trabalhos para conseguir
convencê-la a deixar-se fotografar. O que não consegui foi que me desse o seu
nome. Sendo que estávamos numa loja de artigos de belas-artes, foi assim que a
baptizei, disse-lho e aceitou-o. Ficou!"
Aquilo com que na altura não poderia contar foi o que
aconteceu um ano depois:
Entrando na mesma loja, a Menina das Tintas veio ter
comigo e perguntou o que havia eu feito com a fotografia que lhe havia feito e
se a poderia ver.
A internete tem destas coisas e mostrei-lha de
imediato. Gostou.
Uma demonstração para além de qualquer dúvida da
importância que os fotografados dão às fotografias que lhes são feitas, muito
mais que a importância que quem faz fotografia dá ao resultado do seu trabalho.
As mais das vezes.
Que uma fotografia, mesmo que dela nos recordemos, é
"mais um troféu", é “mais uma" fotografia.
Mas o fotografado, quer se trate de uma fotografia de
estúdio ou uma ocasional algures fora dele, considera cada uma como especial.
No fim de contas, está ali um pedaço dele/a. Naquele breve instante da
obturação, foi o centro do mundo e ele parou para isso.
Convém que nós, que fazemos fotografia por profissão
ou por devoção, tenhamos em conta o que pensa cada fotografado, o que sente
cada fotografado.
E que respeitemos aqueles que se deixam fotografar e
ajudam a encher a nossa coleção de troféus.
By me
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