quarta-feira, 17 de julho de 2019

Pudores




Contou-me quem se interessa sobre o assunto que há culturas que, pese embora tenham a nudez integral ou quase como hábito ou tradição, quando confrontados com o acto fotográfico o que ocultam é o rosto.
Efectivamente, é no rosto e no que exprime, que se encontra ou se pode “ler” o “eu”, sendo o resto do corpo o seu suporte orgânico.
Nos tempos que correm e na maioria das culturas é bem o oposto. Mostra-se o rosto e o que ele exprime com um despudor que não conseguem para o resto de si mesmos. Embelezam o rosto, com pinturas ou pilosidades, usando roupas para ocultar ou sugerir o que mais possuem de carnal. Esquecendo-se que é no rosto que estão expressas as emoções, as boas e as más.
A aldeia global e as redes sociais são a prova mais clara disso mesmo. Não apenas os cidadãos exibem o rosto, ocultando total ou parcialmente o corpo, como fazem questão que o corpo seja um tabu, proibindo-o e censurando-o.
Como se o “pecado” fosse o corpo e não o pensamento. E as leis, laicas ou confessionais, fazem disso ponto de honra.

Para os que se interessam por isso, Pentax K7 com Pentax SMC 50 1:1,2, ISO 400, 1/15, f/5,6



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