O dinheiro que usamos é a contrapartida pelo nosso trabalho.
Tanto por conta de outrem como investimento pessoal.
Acontece que, nos tempos que correm, cada vez menos se usa
dinheiro vivo, em notas e moedas, e cada vez mais o dinheiro virtual. Através
de sistemas electrónicos, tanto nos multibancos como nos computadores pessoais
ou dispositivos moveis.
Mas estas utilizações virtuais não são gratuitas. Alguém
paga para que as usemos, ou o comerciante ou o consumidor. Mais ainda, haverá
que ter um contrato com um banco, entidade privada, para que as possamos usar.
E, no caso de computadores ou dispositivos moveis, haverá que ter um contrato
com uma empresa de telecomunicações.
Por outras palavras, para podermos usar o que é nosso – o valor
do nosso trabalho – haverá que pagar a empresas terceiras, que lucram com isso.
Mas, tão ou mais grave que isso, estamos dependentes dessas
empresas para usar o nosso dinheiro. Um destes dias uma empresa de
telecomunicações portuguesa teve um colapso tecnológico (ou equivalente) e
esteve horas a fio sem serviço. Todos aqueles que dependiam dela para
comunicarem, e consequentemente usarem o dinheiro virtual, ficaram apeados.
De igual modo, ainda não há muitos meses, aconteceu algo de
semelhante em Moçambique: Terminou o contrato com a empresa que geria a rede de
comunicações dos atm e estes ficaram inoperacionais. Ou algo de parecido.
Estamos a depender – e a alimentar – empresas terceiras, obrigatoriamente,
para usarmos o que é nosso. E o que é mais caricato é que mesmo nos pagamentos
ao Estado, acima de determinado valor haverá que usar uma conta bancária. Mesmo
na esmagadora maioria das empresas o pagamento de salário só se efectua através
de transferência bancária ou, na melhor das hipóteses, usando um cheque.
Traçado, que obriga a depósito.
Quando oiço falar na importância do sistema bancário e no eventual
peso que os desaires bancários possam ter das despesas de Estado.
Se a sociedade quer usar os bancos e o dinheiro virtual tem
que estar preparada para que falhe. Ou, em alternativa, não impor estas formas
de usar o que nos pertence com contratos com terceiros, que lucram com isso.
Com o nosso esforço e trabalho.
By me
Imagem editada a partir da net
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