Provavelmente esta expressão nada diz aos falantes de
português. E pouco dirá aos falantes de inglês.
Mas tropecei nela há já muitos anos num romance policial
americano.
Por aquilo que pesquisei, era a alcunha dada aos detectives
privados, as mais das vezes aqueles durões que fartavam-se de beber, de apanhar
pancada, por quem as mulheres se apaixonavam e que, no fim da história, fazem
vencer o bem sobre o mal, ainda que a fronteira entre ambos seja ténue.
Presumo que a alcunha advenha da necessidade de o detective
seguir silenciosamente a sua presa, não fazendo ruído ao caminhar por usar
sapatos com sola de borracha.
Foi um termo que me ficou na cabeça mas que recordei um sem
número de vezes ao longo da vida. Em particular a vida profissional.
Se para um operador de câmara, tal como em muitas outras
profissões, o ter os pés confortáveis é algo de muito importante, o tê-los
silenciosos ao deslocar-se em estúdio é vital. Calçado com sola de couro e
tacão rígido é algo que se não recomenda durante gravações ou directos.
Imagine-se o efeito de se ouvirem passos durante um conserto
de música de câmara, num palco de madeira, oco por baixo. E isto não é ficção,
que durante um ensaio, um operador de câmara foi expulso pelo maestro devido ao
seu calçado.
Gum shoe, uma expressão que me baila na cabeça há mais de
meio século.
Pentax K1
mkII, Tamron SP Adaptall2 90mm, 1:2,5
By me
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