quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Gum shoe




Provavelmente esta expressão nada diz aos falantes de português. E pouco dirá aos falantes de inglês.

Mas tropecei nela há já muitos anos num romance policial americano.

Por aquilo que pesquisei, era a alcunha dada aos detectives privados, as mais das vezes aqueles durões que fartavam-se de beber, de apanhar pancada, por quem as mulheres se apaixonavam e que, no fim da história, fazem vencer o bem sobre o mal, ainda que a fronteira entre ambos seja ténue.

Presumo que a alcunha advenha da necessidade de o detective seguir silenciosamente a sua presa, não fazendo ruído ao caminhar por usar sapatos com sola de borracha.

Foi um termo que me ficou na cabeça mas que recordei um sem número de vezes ao longo da vida. Em particular a vida profissional.

Se para um operador de câmara, tal como em muitas outras profissões, o ter os pés confortáveis é algo de muito importante, o tê-los silenciosos ao deslocar-se em estúdio é vital. Calçado com sola de couro e tacão rígido é algo que se não recomenda durante gravações ou directos.

Imagine-se o efeito de se ouvirem passos durante um conserto de música de câmara, num palco de madeira, oco por baixo. E isto não é ficção, que durante um ensaio, um operador de câmara foi expulso pelo maestro devido ao seu calçado.

Gum shoe, uma expressão que me baila na cabeça há mais de meio século.

 

Pentax K1 mkII, Tamron SP Adaptall2 90mm, 1:2,5

By me


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