quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Aventuras e desventuras de um migrante fotográfico



 

Lembram-se do filme “O fabuloso destino de Amélie” e quando ela encontra um tesoiro de uma criança escondido numa lata atrás de um rodapé?

Foi mais ou menos o que eu senti quando encontrei esta velha lata de lubrificante industrial (por aquilo que pesquisei, datando do anos ’60 do séc. XX) num murete, reforçado em altura por uma rede já bem ferrugenta, que ladeia uma velha fábrica há muito desactivada e em ruinas.

Não resisti e veio comigo, não sem antes ter feito o registo do objecto insólito, em que e como os meus olhos se prenderam.

E prenderam-se porque, caminhando sem pressas depois de ter feito o que me havia proposto, procurava onde fazer a segunda tarefa do dia: fotografar.

Mas não fotografar de qualquer jeito!

Sendo que tenho agora uma câmara Full Frame, seria parvoíce minha não tirar partido de todo o sensor. Para tal, tenho que recorrer a objectivas antigas, que fui juntando ao longo dos tempos, que as mais novas que possuo são para APS-C.

No caso e neste dia, recorri a uma que há muito estava encostada: Tokina 35-135, f/4-4,5, de meados dos anos ’70 do séc. XX. Com “macro”, que funciona de um modo estranho, mas funciona.

Tinha-a encostada porque nunca tinha gostado muito dela. Nem muito aberta, nem muito tele, muito fechada para algumas das minhas preferências, pouco potente para outras. Por isso nunca adquiri uma 35mm, pese embora devesse.

Mas, e por saber que deveria dominar esta distância focal e respectivo ângulo de visão em FF, saí com ela, com o firme propósito de só a usar com esse ajuste. Claro que não fotografei só assim, que sou guloso por coisas fotografadas com ângulos fechados.

Sendo uma zoom antiga, sem conectividades eléctricas, a cada distância focal haverá que calibrar a câmara para o respectivo valor, se quisermos tirar partido do estabilizador de imagem.

O que faz com que alteremos a sequência de procedimentos, mas é uma questão de hábito. Coisa que já tinha que fazer na Pentax K7 e na K100D, mas como não usava esta e outras semelhantes não sentia essa “dificuldade”.

Claro que, depois de anos a fotografar em APS-C, tenho uma noção razoável de qual o ângulo a usar e a respectiva objectiva ou ajuste de zoom.

Agora, em FF, tenho que rever conceitos, “mudar o chip” e recalibrar o olhar para, em querendo um determinado enquadramento de um assunto e com determinada perspectiva, saber qual a distância focal a usar. E é um exercício engraçado palpitar antes de pegar na câmara e verificar se acertei.

 

By me

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