Lembram-se do filme “O fabuloso destino de Amélie” e quando
ela encontra um tesoiro de uma criança escondido numa lata atrás de um rodapé?
Foi mais ou menos o que eu senti quando encontrei esta velha
lata de lubrificante industrial (por aquilo que pesquisei, datando do anos ’60 do
séc. XX) num murete, reforçado em altura por uma rede já bem ferrugenta, que
ladeia uma velha fábrica há muito desactivada e em ruinas.
Não resisti e veio comigo, não sem antes ter feito o registo
do objecto insólito, em que e como os meus olhos se prenderam.
E prenderam-se porque, caminhando sem pressas depois de ter
feito o que me havia proposto, procurava onde fazer a segunda tarefa do dia:
fotografar.
Mas não fotografar de qualquer jeito!
Sendo que tenho agora uma câmara Full Frame, seria parvoíce minha
não tirar partido de todo o sensor. Para tal, tenho que recorrer a objectivas
antigas, que fui juntando ao longo dos tempos, que as mais novas que possuo são
para APS-C.
No caso e neste dia, recorri a uma que há muito estava
encostada: Tokina 35-135, f/4-4,5, de meados dos anos ’70 do séc. XX. Com “macro”,
que funciona de um modo estranho, mas funciona.
Tinha-a encostada porque nunca tinha gostado muito dela. Nem
muito aberta, nem muito tele, muito fechada para algumas das minhas
preferências, pouco potente para outras. Por isso nunca adquiri uma 35mm, pese
embora devesse.
Mas, e por saber que deveria dominar esta distância focal e
respectivo ângulo de visão em FF, saí com ela, com o firme propósito de só a
usar com esse ajuste. Claro que não fotografei só assim, que sou guloso por
coisas fotografadas com ângulos fechados.
Sendo uma zoom antiga, sem conectividades eléctricas, a cada
distância focal haverá que calibrar a câmara para o respectivo valor, se
quisermos tirar partido do estabilizador de imagem.
O que faz com que alteremos a sequência de procedimentos,
mas é uma questão de hábito. Coisa que já tinha que fazer na Pentax K7 e na
K100D, mas como não usava esta e outras semelhantes não sentia essa “dificuldade”.
Claro que, depois de anos a fotografar em APS-C, tenho uma
noção razoável de qual o ângulo a usar e a respectiva objectiva ou ajuste de
zoom.
Agora, em FF, tenho que rever conceitos, “mudar o chip” e
recalibrar o olhar para, em querendo um determinado enquadramento de um assunto
e com determinada perspectiva, saber qual a distância focal a usar. E é um
exercício engraçado palpitar antes de pegar na câmara e verificar se acertei.
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