domingo, 14 de novembro de 2021

Aventuras e desventuras de um migrante fotográfico



 

Fotografo desde há muito em suporte digital. Sem nunca ter deixado o sistema foto-químico, desde a minha primeira digital que fiquei rendido ao laboratório a seco que é um computador, à rapidez com que isso acontece, ao imediatismo do resultado.

Quando entrei nos sistemas reflex digitais, a opção foi pela Pentax. Não apenas é de confiança e qualidade como todo o material que nessa altura possuía era dessa marca. E um dos seus trunfos era, e é, a retrocompatibilidade. Não me apetecia, nem podia, mudar de sistema.

A primeira destas foi uma K100D. Pequena e simpática, como todas as suas primas, fotografa em formato APS-C. Tem a vantagem, para as objectivas anteriores, de o resultado ser de as transformar em “mais potentes”, devido ao factor “crop” de 1,5. Claro que a desvantagem foi e é que as antigas grande-angular também ficaram mais potentes, perdendo a possibilidade de usar esse tipo de visão. A clássica e de entrada 18-55 fez a festa.

Mais tarde dei o salto e adquiri uma K7. Mais resolução e melhor qualidade na imagem obtida, mais e menor sensibilidade ao mesmo tempo, baterias fiáveis, obturador mecânico,… Vantagens várias e óbvias. Mantendo o APS-C.

Acontece que, das muitas manias que tenho, o pára-sol é uma delas. Evita os flares, mantém o contraste e protege o elemento frontal das agressões e das intempéries.

Mas, tendo diminuído os ângulos de visão das objectivas antigas, os respectivos pára-sol ficaram “curtos” e podiam ser melhorados na sua função. Não tem muito que saber e tratei de os ir convertendo, mudando-os de umas para outras de acordo com os ângulos úteis. E procurando por outros nas lojas mais antigas, que os pára-sol tipo pétala das modernas não apenas são de plástico como não funcionam bem em objectivas cujo elemento frontal gire quando actuamos no foco. Detalhes!

Agora tenho uma “Full Frame”. Que também trabalha com o formato APS-C, mas de que quero usar todo o sensor.

Isto implica recorrer às velhinhas, do tempo da película. Que as modernas, para APS-C não cobrem todo o sensor. O que fiz e estou a fazer, esquecendo um detalhe importante: o pára-sol.

Montados que estavam e ajustados a um sensor menor, vinhetam nos cantos em FF. Dependendo da distância focal, da distância de foco e da abertura de diafragma, assim é mais ou menos notório o quanto os cantos escurecem.

Um incómodo, dirão a maioria de vós. Tal como eu! Haverá que reformular toda a panóplia de pára-sol que tenho e verificar, de cada vez que mudar da K1 para a K7 qual o pára-sol a usar. Ou não!

Na prática, na minha prática, raramente uso o enquadramento original que a câmara fornece. Gosto e uso formatos assumidamente horizontais, com proporções variáveis em função dos assuntos registados. Faço-o há tanto tempo que, ao fotografar, sei o quanto e como irei corrigir no editor de imagem. Isso significa, em princípio, que os cantos são eliminados da imagem final. Logo, essa vinhetagem será inconsequente, espero eu.

Enquanto não tomar uma decisão final e absoluta sobre a matéria, sei que irei ter alguns desaires. Que serão aprendizagens, algumas talvez amargas.

Mas quando eu disser “Já sei tudo” podem pregar a tampa do caixão, porque estarei morto!

Esta é uma imagem em que a edição posterior para re-enquadrar me salvou da vinhetagem.


By me

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