Fotografo desde há muito em suporte digital. Sem nunca ter
deixado o sistema foto-químico, desde a minha primeira digital que fiquei
rendido ao laboratório a seco que é um computador, à rapidez com que isso
acontece, ao imediatismo do resultado.
Quando entrei nos sistemas reflex digitais, a opção foi pela
Pentax. Não apenas é de confiança e qualidade como todo o material que nessa
altura possuía era dessa marca. E um dos seus trunfos era, e é, a
retrocompatibilidade. Não me apetecia, nem podia, mudar de sistema.
A primeira destas foi uma K100D. Pequena e simpática, como
todas as suas primas, fotografa em formato APS-C. Tem a vantagem, para as
objectivas anteriores, de o resultado ser de as transformar em “mais potentes”,
devido ao factor “crop” de 1,5. Claro que a desvantagem foi e é que as antigas grande-angular
também ficaram mais potentes, perdendo a possibilidade de usar esse tipo de visão.
A clássica e de entrada 18-55 fez a festa.
Mais tarde dei o salto e adquiri uma K7. Mais resolução e
melhor qualidade na imagem obtida, mais e menor sensibilidade ao mesmo tempo,
baterias fiáveis, obturador mecânico,… Vantagens várias e óbvias. Mantendo o
APS-C.
Acontece que, das muitas manias que tenho, o pára-sol é uma
delas. Evita os flares, mantém o contraste e protege o elemento frontal das
agressões e das intempéries.
Mas, tendo diminuído os ângulos de visão das objectivas
antigas, os respectivos pára-sol ficaram “curtos” e podiam ser melhorados na
sua função. Não tem muito que saber e tratei de os ir convertendo, mudando-os
de umas para outras de acordo com os ângulos úteis. E procurando por outros nas
lojas mais antigas, que os pára-sol tipo pétala das modernas não apenas são de
plástico como não funcionam bem em objectivas cujo elemento frontal gire quando
actuamos no foco. Detalhes!
Agora tenho uma “Full Frame”. Que também trabalha com o
formato APS-C, mas de que quero usar todo o sensor.
Isto implica recorrer às velhinhas, do tempo da película. Que
as modernas, para APS-C não cobrem todo o sensor. O que fiz e estou a fazer,
esquecendo um detalhe importante: o pára-sol.
Montados que estavam e ajustados a um sensor menor, vinhetam
nos cantos em FF. Dependendo da distância focal, da distância de foco e da
abertura de diafragma, assim é mais ou menos notório o quanto os cantos
escurecem.
Um incómodo, dirão a maioria de vós. Tal como eu! Haverá que
reformular toda a panóplia de pára-sol que tenho e verificar, de cada vez que
mudar da K1 para a K7 qual o pára-sol a usar. Ou não!
Na prática, na minha prática, raramente uso o enquadramento
original que a câmara fornece. Gosto e uso formatos assumidamente horizontais,
com proporções variáveis em função dos assuntos registados. Faço-o há tanto
tempo que, ao fotografar, sei o quanto e como irei corrigir no editor de
imagem. Isso significa, em princípio, que os cantos são eliminados da imagem
final. Logo, essa vinhetagem será inconsequente, espero eu.
Enquanto não tomar uma decisão final e absoluta sobre a
matéria, sei que irei ter alguns desaires. Que serão aprendizagens, algumas
talvez amargas.
Mas quando eu disser “Já sei tudo” podem pregar a tampa do
caixão, porque estarei morto!
Esta é uma imagem em que a edição posterior para
re-enquadrar me salvou da vinhetagem.
By me
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