Não costumo circular a pé pelo centro da cidade de noite. Os meus trajectos habituais e os meus horários de trabalho a isso me levam.
Mas desta vez lá calhou descer a Av. Da Liberdade depois das 8 e tal da noite, após ter estado mais de duas horas a ouvir políticos a perorar. E, pior que ter estado a ouvi-los foi saber que estava, eu, ali de livre vontade.Tinha que respirar ar puro, que disso dependia a minha sanidade.
Pois ao cruzar a rua do Salitre oiço algo que me faz arrebitar a orelha, pelo insólito de aquilo ouvir bem no meio da cidade: um grilo.
Cantava ele de vontade, apenas se interrompendo quando alguém lhe escurecia o lugar onde se encontrava.
Lá fui eu, de lanterna em punho (Que diabo, se a tenho é para ser usada, mesmo que seja para encontrar grilos cantantes em Lisboa!), e dei com ele num buraco velho, na junção de pedras igualmente velhas, na fachada de um prédio que faz de embaixada não sei a quem. Sempre vigiada por um cívico.
Pois fiquei a ver o bicho a cantar, que até que era grande, até que o guarda, em acabando o telefonema com que matava o tempo, se aproximou sorridente e me informou que era companhia antiga. Há já três dias que ali estava, sobrepondo o seu cantar ao roncar dos carros que passavam.
E fui descendo a avenida, sentido que o grilo tinha sido a minha tábua de salvação, pois havia-me animado depois daquele debate que quase roçou a imundice, em que participei.
Já nos Restauradores, oiço outro. Estava mais longe, mas os motores não o abafavam. E passando à placa central, junto à estátua, fui-o procurando com olhos e ouvidos.
Mas não foram estes mas aqueles que deram com isto. A pouca distancia do grilo, que acabei por não encontrar, esta barata, com uns bons quatro a cinco centímetros de comprido. Simpática quanto baste para me ter deixado fazer esta fotografia e as duas que a antecederam, que o autofocos da câmara de bolso não estava a gostar da pouca luz.
Faz sentido. Faz mesmo todo o sentido com o que tinha acabado de viver!
No centro da capital, por entre os cantos dos grilos, as baratas aguardam pelo escurecer para fazer das suas. Mas, em plena campanha eleitoral, até se deixam fotografar.
Texto e imagem: by me
Mas desta vez lá calhou descer a Av. Da Liberdade depois das 8 e tal da noite, após ter estado mais de duas horas a ouvir políticos a perorar. E, pior que ter estado a ouvi-los foi saber que estava, eu, ali de livre vontade.Tinha que respirar ar puro, que disso dependia a minha sanidade.
Pois ao cruzar a rua do Salitre oiço algo que me faz arrebitar a orelha, pelo insólito de aquilo ouvir bem no meio da cidade: um grilo.
Cantava ele de vontade, apenas se interrompendo quando alguém lhe escurecia o lugar onde se encontrava.
Lá fui eu, de lanterna em punho (Que diabo, se a tenho é para ser usada, mesmo que seja para encontrar grilos cantantes em Lisboa!), e dei com ele num buraco velho, na junção de pedras igualmente velhas, na fachada de um prédio que faz de embaixada não sei a quem. Sempre vigiada por um cívico.
Pois fiquei a ver o bicho a cantar, que até que era grande, até que o guarda, em acabando o telefonema com que matava o tempo, se aproximou sorridente e me informou que era companhia antiga. Há já três dias que ali estava, sobrepondo o seu cantar ao roncar dos carros que passavam.
E fui descendo a avenida, sentido que o grilo tinha sido a minha tábua de salvação, pois havia-me animado depois daquele debate que quase roçou a imundice, em que participei.
Já nos Restauradores, oiço outro. Estava mais longe, mas os motores não o abafavam. E passando à placa central, junto à estátua, fui-o procurando com olhos e ouvidos.
Mas não foram estes mas aqueles que deram com isto. A pouca distancia do grilo, que acabei por não encontrar, esta barata, com uns bons quatro a cinco centímetros de comprido. Simpática quanto baste para me ter deixado fazer esta fotografia e as duas que a antecederam, que o autofocos da câmara de bolso não estava a gostar da pouca luz.
Faz sentido. Faz mesmo todo o sentido com o que tinha acabado de viver!
No centro da capital, por entre os cantos dos grilos, as baratas aguardam pelo escurecer para fazer das suas. Mas, em plena campanha eleitoral, até se deixam fotografar.
Texto e imagem: by me
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