sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Minudências


“… Apurou-se também que o mesmo indivíduo havia perpetuado um crime da mesma natureza no passado dia 30 de Julho, à mesma empresa de transporte de valores.”

Este é o parágrafo com que termina uma notícia sobre um assalto a uma carrinha de transporte de valores, na secção “Local” do jornal Público de 2009/08/07.
O artigo não está assinado, pelo que a sua responsabilidade cabe, em último caso, ao director do jornal.
E em que é que isto é importante? Tão simples quanto a importância de confundir “perpetuar” com “perpetrar”. Ou, para usar os tempos verbais do articulista, confundir “perpetuado” com “perpetrado”.
A diferença entre “tornado eterno” ou “para sempre” e “ter efectuado” ou “ter feito” é óbvia mas não assim tão grande, pelos vistos.
No meu dicionário há quatro entradas a separá-las. O meu teclado tem duas letras de intervalo. Neste jornal a diferença é, aparentemente, menor ainda: a que separa a competência de um jornalista da ignorância da língua portuguesa.
Minudências, no fim de contas!


Texto e imagem: by me

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