A importância de uma ferramenta está na proporção directa
daquilo que se é capaz de fazer com ela.
É por isso que eu, em tendo acesso a uma ferramenta que não
conheço mas sobre a qual só posso deduzir as suas potencialidades, trato de ir
praticando e fazendo experiências com ela até que me seja “natural” o seu uso. Tentando
perder a lógica e hábitos de outras ferramentas e procurando adaptar-me a novas
lógicas e métodos.
No caso de objectivas, haverá que “ver” com o seu ângulo de
visão, com as suas distâncias de trabalho, focagem e profundidades de campo.
Haverá que antever as perspectivas que permite, o como evidenciar centros de
interesse pertinentes e anular conteúdos impertinentes.
E perceber quais as potencialidades e limitações que cada
uma tem e decidir se é aquele ângulo de visão (vulgo distância focal ou potência)
é ou não útil para materializar aquilo que vimos e imaginámos.
Admito que é um desafio pessoal e muito intimista o olhar
para algo e decidir qual a objectiva certa para o que quero. Claro que o uso
das objectivas zoom facilita o trabalho, mas quero mesmo é dizer-me “Para isto
é uma XXmm”. E sinto-me realizado se a minha escolha, com mais ou menos algum
ajuste, é a certa.
Tal como é um desfio pessoal encontrar soluções técnicas e
estéticas para contar o que quero dispondo apenas de uma objectiva: perspectiva
e enquadramento. E é aqui que recorro à objectiva zoom mais antiga que conheço e
que funciona a dois tempos: pé direito e pé esquerdo. Porque, e como costumo
dizer, se a luz é a minha matéria-prima, a perspectiva é a minha ferramenta.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário