A minha câmara é a minha janela, de onde vejo outras
janelas, mais pudica ou despudoradamente permeáveis, cada uma contendo um
minúsculo pedaço daquilo a que chamamos vida.
No rectângulo do meu visor só cabe uma ínfima parte das
janelas que vejo com a minha janela, abrindo as vidraças ou obturador, fixando
num efémero para sempre aquilo que a janela da minha alma viu.
Mais que um voyeur como muitos portadores de câmara, mais
que um caçador de troféus imagéticos como tantos outros, mais que um pseudo-artista
que tenta pintar com a palete de cor da luz, da ou com a minha janela tento
juntar as peças de um puzzle com o qual talvez seja possível construir um outro
e melhor edifício a que chamamos vida. Em que a beleza do material e imaterial
esteja dos dois lados da vidraça.
By me
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