Isto de ter DNA (Data de Nascimento Antiga) tem as suas
vantagens. Principalmente se se lidar com fotografia com um valor quase tão
alto.
Em tentando dar um sentido lógico ao que por aqui tenho
(daqui por um ano a lógica será outra, um ano depois outra ainda e por aí fora),
acabo por dar com isto.
Dará pelo nome de “carril de focagem” e permite ajustar com
muito rigor a posição da câmara segundo dois eixos. Particularmente prático ou
útil se estivermos a fazer macro-fotografia e com grandes escalas de
reprodução. Por exemplo, com uma objectiva invertida directa na câmara, em que
o ajuste de focagem se faz variando a distância de trabalho. Distância esta que
é da ordem de dois centímetros ou perto disto.
Adquiri este conjunto há mais de trinta anos. Nos tempos em
que se encontravam diversas lojas de fotografia na cidade, rivalizando elas não
apenas nos preços e serviços mas principalmente nos artigos em venda. Quem procurasse
uma peça pouco comum teria apenas que fazer o périplo por elas, que acabaria
por encontrar. Ou, eventualmente, encomendar.
Nos tempos que correm esse périplo é inútil. Já são raras
essas casas, que os consumos se fazem via web. Mas ainda existem, com
vendedores dedicados ao seu trabalho,
procurando satisfazer e fidelizar clientes. Atitude que não se encontra
nas grandes superfícies, onde mais um menos um cliente é quase igual.
Um bom exemplo da atitude positiva foi o que me aconteceu um
destes dias:
Existe uma dessas lojas de bairro, já antiga, que vou
frequentando. Não que faça grandes negócios por lá, nem pouco mais ou menos.
Mas vai tendo peças Pentax, coisa que me interessa e pelas quais vou
perguntando. Tanto ou tão pouco que uma ocasião tinha à minha espera já nem sei
quantas tampas traseiras de objectivas, bem como de corpo, que tinha
encomendado para mim, sabendo que me interessava. Comprei todas, que o preço
era simpático.
Pois um destes dias, em passando na rua e entrando, diz-me
ele que tinha ali algo que talvez eu quisesse: uma câmara Pentax P30. O preço
era bom mas o seu estado de consevação não, pelo que ficou por lá. Mas sorri
quando a vi, já que em tempos comprei para a escola onde trabalhei seis conjuntos
fotográficos baseados nesta câmara. Memórias!
Quanto a este carril de focagem, está com uma pátine
notória. Tive-o bastante tempo em exposição e o pó foi assentando. Foi
propositado o não o limpar para a fotografia, coisa que acontecerá hoje ainda.
Deixando-o em condições der colocado no mercado virtual, rivalizando com os
raros dois equivalentes mas de outras marcas que encontrei. Coisa que não
acontecerá, como se imagina.
Que não apenas é peça rara, ainda que de pouco valor em
negócio, como tenho apego ao que possuo. E nunca sei quando me apetecerá
fotografar uma cabeça de alfinete ou o amolgado de uma ervilha. Poderei sempre
optar por isto, pelo tubo de extensão variável ou pelo fole que tenho guardados,
mas sem pó.
E, já que falo nisto, vou ali às malas ver se encontro os
aneis de inversão. Tanto o de aplicação directa no corpo da câmara como o de
fixação de uma objectiva invertida noutra. Como se trabalha com cada um dos sistemas?
Fica para outra ocasião, que gastaria o dobro destas linhas para explicar cada
um deles.
By me
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