sexta-feira, 17 de março de 2023

O banal e o seu oposto




Esta é uma chávena de café.

O interessante é pensarmos que, apesar da frase e de ser a maior coisa visível na imagem, a chávena propriamente dita é algo a que pouca atenção prestamos.

Não nos preocupamos ou sequer fotografamos o banal, o comum, o ordinário. Só entendemos por importante o que sai da rotina, o extraordinário, aquilo que incomoda a regularidade uniforme da vida.

Numa chávena de café como esta, reparamos no fumegar e deduzimos que o café estará quente. De igual forma, podemos imaginar o aroma ou o paladar. Mas quem se importa com o facto de a chávena ser preta?

Talvez faça sentido prestarmos atenção ao que a mente não vê, pese embora os olhos mostrarem. Que é no banal que assenta o quotidiano, a nossa tranquilidade. E, no entanto, o banal está tão pleno de pequenos incomuns que sobre ele se poderiam encher um sem número de bibliotecas.

Pouca atenção damos à chávena propriamente dita. Mas é ela que levamos à boca.


By me

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