segunda-feira, 13 de junho de 2022

Livros




Acabo de ler um post de um editor e livreiro, com alguma amargura, a falar da actual tendência para a leitura em suporte digital.

Entendo-o, enquanto profissional e enquanto amante de livros. Tal como entendo, em parte, a tendência actual.

Por mim, enquanto amante da leitura em papel, que não resiste a uma livraria ou alfarrabista, entristece-me a digitalização do livro.

O cheiro, a posse do objecto, o manuseio, a identificação da capa ou lombada... há coisas que o digital não substitui.

Mas há outra coisa que me entristece: saber que o meu acumulo de livros, com uma quantidade de obras relacionadas com a imagem, mais antigos ou mais actuais, será algo para ignograr, vender a peso ou apenas para queimar aquando da minha morte.

Os conteúdos ali registados perder-se-hão sem aproveitar a mais ninguém. Não creio que algum familar ou amigo dê algum valor ao que aqui consta, seja económico ou imaterial.

Com sorte, o que deles consegui aprender ou irei aprender, passei-o ou irei passá-lo a quem me queira ouvir ou ler. Mas será sempre a minha interpretação do que absorvi, não o prazer de o fazer e disso reter a sua própria interpretação e escolha.

Em breve o espaço aqui em casa irá diminuir notoriamente com o que irei receber de uma biblioteca particular da qual sou um dos herdeiros. Espero ter tempo de todos ler e com eles aprender. Que disso nunca desistirei.


By me

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