Acabo de ler um post de um editor e livreiro, com alguma
amargura, a falar da actual tendência para a leitura em suporte digital.
Entendo-o, enquanto profissional e enquanto amante de
livros. Tal como entendo, em parte, a tendência actual.
Por mim, enquanto amante da leitura em papel, que não resiste
a uma livraria ou alfarrabista, entristece-me a digitalização do livro.
O cheiro, a posse do objecto, o manuseio, a identificação da
capa ou lombada... há coisas que o digital não substitui.
Mas há outra coisa que me entristece: saber que o meu
acumulo de livros, com uma quantidade de obras relacionadas com a imagem, mais
antigos ou mais actuais, será algo para ignograr, vender a peso ou apenas para
queimar aquando da minha morte.
Os conteúdos ali registados perder-se-hão sem aproveitar a
mais ninguém. Não creio que algum familar ou amigo dê algum valor ao que aqui
consta, seja económico ou imaterial.
Com sorte, o que deles consegui aprender ou irei aprender,
passei-o ou irei passá-lo a quem me queira ouvir ou ler. Mas será sempre a
minha interpretação do que absorvi, não o prazer de o fazer e disso reter a sua
própria interpretação e escolha.
Em breve o espaço aqui em casa irá diminuir notoriamente com
o que irei receber de uma biblioteca particular da qual sou um dos herdeiros. Espero
ter tempo de todos ler e com eles aprender. Que disso nunca desistirei.
By me
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