Os avisos têm sido mais que muitos:
O investimento maioritariamente no turismo, em Portugal, é
empenhar o futuro.
Havia quem falasse na acalmia bélica do norte de áfrica e do
médio oriente como fortes concorrentes a Portugal. Havia quem falasse em fortes
investimentos na caraíbas e no índico para retirar movimento ao nosso país.
Claro que ninguém aventava a possibilidade de não ser nada disto mas sim uma
pandemia, fechando países e estancando o fluxo turístico.
Mas seja pela paz, seja pelo investimento, seja por doenças,
a verdade é que estamos dependentes do turismo quase em exclusivo.
A hotelaria e a restauração surgiram como ervas por entre as
pedras da calçada, necessitaram de mão de obra e as formações de jovens
viraram-se para esse mercado.
Temos agora montões de gente formados em turismo e
similares, comércio e serviços vocacionados para os estrangeiros e não temos
gente, equipamentos ou indústria nos sectores capazes de fazer o país não
dependente (ou pouco dependente) de gentes de outras paragens.
Não produzimos riqueza: aquele tipo de riqueza palpável,
material, capaz de nos por a comer sem ter que andar a pedir a terceiros “venham
cá, por favor”.
Transformamos o país de produtor a prestador de serviços. E
em não havendo clientes não temos que vender ou, em último caso, de comer.
Bem avisado seria pensarmos a longo prazo, já que no curto é
inconsequente, e tornar Portugal capaz de sobreviver sem tanto depender da
sorte ou azar do clima, das guerras ou das doenças. Capaz de ser alguém e não
um serviçal venerando e obrigado às esmolas ou vontades de terceiros.
A globalização, mesmo no turismo, tem destas coisas.
Como exemplo veja-se o desespero de políticos e afins com o
destino de uma companhia aérea que é a transportadora de boa parte dos turistas
que recebemos.
Há algo de errado na forma como projectamos o futuro, quando
investimos tudo numa só via.
By me
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