quinta-feira, 13 de junho de 2019

Justiça




Sabemos que privar alguém de liberdade é uma maldade. E tanto que assim é que os códigos das leis prevêem o crime de sequestro, punindo-o.
No entanto é isso mesmo que fazemos – uma maldade – quando condenamos alguém a pena de prisão. Respondemos colectivamente com uma maldade a outra maldade ou crime.
Quando eu argumento isto, bem como a função e resultado da aplicação de penas legais, alguns mais avisados perguntam-me sobre quais as alternativas. É uma das raras perguntas para as quais não tenho resposta. Teremos, os seres humanos, que nos debruçar seriamente sobre o assunto para encontramos uma solução para o caso: como fazer para que a justiça não seja malfeitora.

Este tema vem-me incomodando desde há muitos anos. Do ponto de vista académico as mais das vezes, já que nunca fui objecto de aplicação de pena de prisão por parte da justiça.
Mas já tive que intervir enquanto “juiz”, decidindo sobre penas a aplicar em ambiente escolar. Tal como já tive que recorrer à justiça enquanto vítima. E agora encontro-me de novo nesta situação.
Perante o que me aconteceu, grave sob qualquer ponto de vista, decidir que acção tomar, ponderando as consequências futuras para quem cometeu o acto de que me queixo. Para a pessoa em causa e para os seus familiares dependentes.
A vingança não faz parte da minha atitude na vida. Fazer com que crianças inocentes sofram pelos actos dos pais é uma maldade ainda maior que aquela que sofri. Não tenho a certeza que qualquer intervenção sobre quem agiu seja um “lição” permanente, impedindo que o repita, comigo ou com outrem.
Tenho alguns dias – poucos – como prazo que me impus para tomar uma decisão. À margem de emoções e sem precipitações. Seguindo as linhas de pensamento que norteiam o meu comportamento e atitude filosófica.
Tirou-me o sono, este episódio. Antevejo que continue a tirar-mo.
Aceito sugestões e ajudas genéricas, já que não tenciono publicitar factos, consequências ou nomes.



By me

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