Sabemos que privar alguém de liberdade é uma maldade. E
tanto que assim é que os códigos das leis prevêem o crime de sequestro,
punindo-o.
No entanto é isso mesmo que fazemos – uma maldade – quando condenamos
alguém a pena de prisão. Respondemos colectivamente com uma maldade a outra
maldade ou crime.
Quando eu argumento isto, bem como a função e resultado da
aplicação de penas legais, alguns mais avisados perguntam-me sobre quais as
alternativas. É uma das raras perguntas para as quais não tenho resposta.
Teremos, os seres humanos, que nos debruçar seriamente sobre o assunto para
encontramos uma solução para o caso: como fazer para que a justiça não seja
malfeitora.
Este tema vem-me incomodando desde há muitos anos. Do ponto
de vista académico as mais das vezes, já que nunca fui objecto de aplicação de
pena de prisão por parte da justiça.
Mas já tive que intervir enquanto “juiz”, decidindo sobre
penas a aplicar em ambiente escolar. Tal como já tive que recorrer à justiça
enquanto vítima. E agora encontro-me de novo nesta situação.
Perante o que me aconteceu, grave sob qualquer ponto de
vista, decidir que acção tomar, ponderando as consequências futuras para quem
cometeu o acto de que me queixo. Para a pessoa em causa e para os seus
familiares dependentes.
A vingança não faz parte da minha atitude na vida. Fazer com
que crianças inocentes sofram pelos actos dos pais é uma maldade ainda maior
que aquela que sofri. Não tenho a certeza que qualquer intervenção sobre quem
agiu seja um “lição” permanente, impedindo que o repita, comigo ou com outrem.
Tenho alguns dias – poucos – como prazo que me impus para
tomar uma decisão. À margem de emoções e sem precipitações. Seguindo as linhas
de pensamento que norteiam o meu comportamento e atitude filosófica.
Tirou-me o sono, este episódio. Antevejo que continue a
tirar-mo.
Aceito sugestões e ajudas genéricas, já que não tenciono
publicitar factos, consequências ou nomes.
By me
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