quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Factos e opiniões



Depois de quase sete horas de espera numa coisa que se chama “Serviço de urgências básicas”, consegui ser visto por um profissional de medicina.
Após ser examinado, diagnosticado, prescrição escrita e a posologia explicada, perguntei-lhe se seria habitual todo este tempo de espera.
Respondeu-me que o Estado tinha dinheiro para ajudar os bancos mas não para investir na saúde. E que sem dinheiro não há técnicos disponíveis. Até porque muitos, enfermeiros e médicos, migraram para onde pudessem ganhar a vida. E que só com dois médicos de serviço era complicado atender tanta gente, principalmente quando a questão das prioridades em função da gravidade do caso são uma verdade. As famosas cores de pulseira. Tinha eu tido a sorte ou falta de sorte de a minha só ser verde e não laranja ou amarela.
E rematou dizendo que em frente ao centro existe um cartaz desta última campanha eleitoral prometendo mais profissionais de saúde.
Quando saí, e antes ainda de ir aviar a receita na farmácia, vi o cartaz. Não poderia deixar de o ver, pelo tamanho e localização.
E percebi o amargo da sua observação quando vi que os candidatos representavam a anterior governação nacional, exactamente aquela que levou tantos a procurarem vida melhor lá fora.
A conversa com o profissional terminou com um “A conversa está boa, mas tenho um caso amarelo à espera. Se não se importa…”

Saí rapidamente.

By me 

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