Depois de quase
sete horas de espera numa coisa que se chama “Serviço de urgências básicas”,
consegui ser visto por um profissional de medicina.
Após ser
examinado, diagnosticado, prescrição escrita e a posologia explicada,
perguntei-lhe se seria habitual todo este tempo de espera.
Respondeu-me que o
Estado tinha dinheiro para ajudar os bancos mas não para investir na saúde. E
que sem dinheiro não há técnicos disponíveis. Até porque muitos, enfermeiros e
médicos, migraram para onde pudessem ganhar a vida. E que só com dois médicos
de serviço era complicado atender tanta gente, principalmente quando a questão
das prioridades em função da gravidade do caso são uma verdade. As famosas
cores de pulseira. Tinha eu tido a sorte ou falta de sorte de a minha só ser
verde e não laranja ou amarela.
E rematou dizendo
que em frente ao centro existe um cartaz desta última campanha eleitoral
prometendo mais profissionais de saúde.
Quando saí, e
antes ainda de ir aviar a receita na farmácia, vi o cartaz. Não poderia deixar
de o ver, pelo tamanho e localização.
E percebi o amargo
da sua observação quando vi que os candidatos representavam a anterior governação
nacional, exactamente aquela que levou tantos a procurarem vida melhor lá fora.
A conversa com o
profissional terminou com um “A conversa está boa, mas tenho um caso amarelo à
espera. Se não se importa…”
Saí rapidamente.
By me
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