Ao longo dos anos
tenho tido diversas intervenções no campo da fotografia.
Desde o mero
lúdico ao ser pago para fazer trabalhos encomendados, desde a investigação nas
formas, conteúdos e funções à formação em ambientes e condições várias…
Em todas elas
obtive, em maior ou menor grau, aquilo que procurava: satisfação por fazer aquilo
de que gosto.
Uma das
actividades em que estive envolvido foi a chamada “trocas”. Actividade
formativa, destinada a todos os graus de conhecimento e idade, tendo por
objectivo que o formando terminasse cada encontro com conhecimentos adicionais
que lhe permitissem fazer melhor aquilo que já vinha fazendo. Sem a pretensão
de querer formar profissionais ou teóricos na matéria.
O nome trocas
surgiu da forma de negócio: não havia dinheiro envolvido, sendo que cada um
contribuía com o que podia ou queria. Eu dava o conhecimento, estruturado e de
forma acessível, cada participante traria o que muito bem entendesse sujeito
apenas a uma condição: feito pelo próprio.
Nunca defini o que
era “feito pelo próprio”, o que levou a que tivesse recebido em troca os objectos
mais variados, uns já existentes, outros feitos de propósito. Sempre sem que se
considerasse o valor económico em causa.
Numas arrumações
aqui em casa acabei por vir a encontrar este cisne, junto com outros. Tratou-se
de uma “troca” tão justa quanto as outras, com o acréscimo pessoal de eu não
saber fazer este tipo de objecto.
Volta e meia vou
encontrando este tipo de troféus aqui em casa, fruto das Trocas ou de qualquer
outra situação. E para cada uma delas, independentemente do tamanho, forma ou
função, eu tenho a certeza de ter sido sempre muito bem “pago” por aquilo que
fiz. E sempre com um sorriso ao lembrar o rosto de quem mo entregou.
São estes pequenos
troféus que justificam o que vamos fazendo ao longo da vida.
O dinheiro? Alguém
se recorda do número de série das notas que usa?
By me
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