sexta-feira, 4 de abril de 2025

Pontos de vista




Eu diria que no processo fotográfico existem quatro tipos de intervenientes:

Quem a imaginou e pediu, quem a executou, quem a utilizou e o consumidor final. Isto é válido desta forma na fotografia comercial, quer seja publicitária, de eventos, de informação...

Estes quatro grupos podem, e frequentemente acontece, fundirem-se: quem imaginou e pediu funde-se com quem utilizou, quem a imaginou funde-se com quem executou, quem imaginou e executou funde-se com quem utilizou...

Já o consumidor final é um grupo autónomo e anónimo: quem vê a publicidade, o album de família, a reportagem, a exposição.

Qualquer um destes grupos fica satisfeito quando um ou mais dos restantes grupos fica agradado com o resultado. Por qualquer ordem dos factores.

No fim de contas, a fotografia é uma forma de comunicação e quando ela acontece a contento de todos o seu objectivo cumpriu-se.

Há ainda um quinto grupo. Marginal na quantidade e “qualidade”. Aquele que funde num só os quatro referidos. O fotógrafo que faz o que faz porque lhe dá na bolha, porque tem prazer nisso, porque é daí que retira a sua satisfação emocional e intelectual e que, acima de tudo, não se preocupa nem um pouco com o que acontece com os outros grupos. Não lhe importa que gostem ou não, que tenham uma reação positiva ou negativa ao que faz. É o fotógrafo que evolui à margem das tendências, que funciona em circuito fechado dele para com ele.

Se a este se pode chamar fotógrafo é discutível. Utiliza a fotografia como meio ou suporte mas não como forma de comunicação. O que, desde logo, destroi o conceito da função original da fotografia.

No entanto, e acima de tudo, importa que o fotógrafo encontre prazer no que faz: solitário ou como um elo numa cadeia comunicativa.

O resto são números, na conta bancária ou nos likes.

 

Pentax K1 mkII, Tamron SP Adaptall2 90mm 1:2,5


By me

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