terça-feira, 8 de abril de 2025

Profissional




Há sempre aquela ideia do “Bora lá apimentar a coisa”, com o objectivo de obter novos e melhores resultados. Há circunstâncias em que resulta, outras resulta em caricato.

Um destas situações acontece no campo da publicidade. Em faltando argumentos para convencer os incautos das qualidades do anunciado, introduzem o conceito de “uso profissional” no texto ou na mensagem visual.

Com isto quer-se fazer passar a mensagem (e respectiva condicionante de comportamento do público alvo) de se os profissionais usam então é porque é bom e recomenda-se. E isto é utilizado em tudo quanto é artigos, de automóveis e utensílios de cozinha, de detergentes a vestuário.

As mais das vezes isto é o equivalente a anunciar a “banha da cobra, a que não estica nem dobra”.

A parte divertida disto é ver quem usa este “adicional”. Comum é encontrar nos sites de vendas entre particulares o termo “profissional”, usado por quem pouco ou nada entende da matéria, só para tentar com este isco fisgar alguém que ainda percebe menos que ele.

Há bem mais que um ano que se encontra num destes sites portugueses o anúncio a uma câmara igual a esta: Uma Pentax S1, fabricada entre os anos de 1961 e 1962. Por outras palavras, de uma época em que de digital só se conhecia a impressão e em que a eletrónica na fotografia pouco mais era que uma visão de futuro.

Pois quem a vende faz questão de dizer ser uma câmara sólida (nada a contestar), com boa imagem e de uso profissional. Não sei se na época os profissionais usavam esta câmara, mas hoje só se for um profissional de museu e colecionismo.

Admito que, durante algum tempo, tentei contactar o vendedor para juntar esse exemplar aos que por cá tenho. Nunca me respondeu e acabei por ser presenteado por um amigo com outro exemplar, que jazia num canto e sem utilidade alguma.

Quando vejo o termo profissional, mesmo aplicado a pessoas, lembro-me sempre da banha da cobra.

 

Pentax K1 mkII, Tamron SP Adaptall2 90mm 1:2,5

 

By me

Sem comentários: