Há sempre aquela ideia do “Bora lá apimentar a coisa”, com o
objectivo de obter novos e melhores resultados. Há circunstâncias em que resulta,
outras resulta em caricato.
Um destas situações acontece no campo da publicidade. Em faltando
argumentos para convencer os incautos das qualidades do anunciado, introduzem o
conceito de “uso profissional” no texto ou na mensagem visual.
Com isto quer-se fazer passar a mensagem (e respectiva
condicionante de comportamento do público alvo) de se os profissionais usam
então é porque é bom e recomenda-se. E isto é utilizado em tudo quanto é
artigos, de automóveis e utensílios de cozinha, de detergentes a vestuário.
As mais das vezes isto é o equivalente a anunciar a “banha
da cobra, a que não estica nem dobra”.
A parte divertida disto é ver quem usa este “adicional”. Comum
é encontrar nos sites de vendas entre particulares o termo “profissional”,
usado por quem pouco ou nada entende da matéria, só para tentar com este isco
fisgar alguém que ainda percebe menos que ele.
Há bem mais que um ano que se encontra num destes sites
portugueses o anúncio a uma câmara igual a esta: Uma Pentax S1, fabricada entre
os anos de 1961 e 1962. Por outras palavras, de uma época em que de digital só
se conhecia a impressão e em que a eletrónica na fotografia pouco mais era que uma
visão de futuro.
Pois quem a vende faz questão de dizer ser uma câmara sólida
(nada a contestar), com boa imagem e de uso profissional. Não sei se na época
os profissionais usavam esta câmara, mas hoje só se for um profissional de
museu e colecionismo.
Admito que, durante algum tempo, tentei contactar o vendedor
para juntar esse exemplar aos que por cá tenho. Nunca me respondeu e acabei por
ser presenteado por um amigo com outro exemplar, que jazia num canto e sem
utilidade alguma.
Quando vejo o termo profissional, mesmo aplicado a pessoas,
lembro-me sempre da banha da cobra.
Pentax K1
mkII, Tamron SP Adaptall2 90mm 1:2,5
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