No meu quotidiano, excepção feita a algumas ocasiões solenes
(o meu casamento foi uma destas) uso uma mochila.
Maior, menor, de passeio, de carga, para levar para o trabalho,
para fotografar… são práticas, não afectam em demasia a coluna vertebral e transportam
todo o tipo de “tralha”. Tenho quatro em uso regular e em todas costumo
transportar também uma câmara fotográfica.
Em todas elas tenho, na alça esquerda, um mosquetão. Na
mochila que uso para ir fotografar, em particular para reportagem, tenho também
na alça direita.
Uso este mosquetão para nele passar a correia da câmara
quando a transporto fora da mochila. Devido à minha barriga, desde há muito que
uso a câmara no ombro esquerdo. Tenho-a protegida pelo braço, não me bate na
saliente barriga que possuo e é bem mais discreto.
Este mosquetão tem a função de, caso a correia escorregue do
ombro (nada que não tenha já acontecido a quem use deste modo) garantir que não
cai no chão. E, se passar e actuar algum membro da CAPA (Confederação dos Amigos
da Propriedade Alheia) e lhe der um puxão, não a levam. Garantidamente, que já
o comprovei.
Este método de segurança é possível (ou prático) se se usar
correias finas, como eu gosto. Aquelas mais largas, publicitando a marca da
câmara, são difíceis de entrar no mosquetão. Tal como são mais difíceis de
enrolar em torno da mão, se o quisermos. Tal como são um chamariz para os elementos
da CAPA.
Por outro lado, implica também o uso de maus mosquetões. Por
maus quero dizer aqueles de alumínio, não muito resistentes, baratos e que,
acima de tudo, não possuem um gancho de segurança entre a parte fixa e a parte móvel.
O motivo é simples: o macho desse gancho, em regra na parte
fixa, acaba por prender no tecido da correia, dificultando em muito o fazer
entrar ou sair dela na argola do mosquetão. Um encaixe simples, como se vê na
imagem menor, é suficiente para a função.
O mosquetão na alça direita tem outra função.
Quando saio para fotografar multidões costumo levar também
uma câmara bem compacta, tipo de bolso, que uso colocada num monopé. Em querendo,
ligo-a, estico o monopé, activo o temporizador e elevo-a tão alto quanto braços
e monopé permitem. Consigo assim imagens da multidão vistas de cima, ainda que
enquadrando “a olho” e por palpite. Admito que (e orgulho meu) aqui por estas
bandas foi método que inventei e que, durante algum tempo, não vi ninguém a
usar. Nos tempos que correm já não sou o único.
Pois esse monopé, encolhido e com a câmara colocada, está
sempre à mão, pendurado que está no mosquetão da alça direita. Atrapalha um
pouco o movimento dos braços, mas só até estarmos habituados.
Truques que não guardo para mim e que fui criando com a
prática de anos e alguns desaires pelo caminho.
By me