quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Demagogia


No passado domingo foram detidos, numa povoação do interior do país, quatro cidadãos. No âmbito da mesma operação policial, foram apreendidas muitas armas, entre espingardas, pistolas e revólveres, bem como milhares de munições.
Tudo isto foi divulgado pelos rádios, jornais e TVS. Mas não se ficaram por aqui!
Das quatro pessoas detidas, souberam dizer de uma delas o nome, a idade e a profissão: padre. Dos outros três, nada constou. Nem nomes, nem idades nem ofícios. Poderiam ser agricultores, farmacêuticos, mecânicos ou arquitectos. Não sabemos!
O que sabemos, isso sim, é que em Portugal existem duas justiças: as definidas por lei e aplicas pelos juízes, com o apoio das forças policiais, e as definidas, executas e julgadas pelos media. Que, para os órgãos de comunicação, os cidadãos não são todos iguais, sendo julgados e condenados em função dos critérios arbitrários de editores e directores.
Pois que, ao darem relevância a um dos quatro detidos, omitindo tudo sobre os restantes, estão a julgar e condenar este, deixando em “liberdade”, porque no esquecimento, os restantes.
Aliás, confrontado um decisor de informação com a situação, foi-me respondido que o que é notícia é ter sido um padre e que os outros não contam (sic).
Assim vai a justiça em Portugal, a dos tribunais e a da praça pública e media.

Para este caso, tenho dois nomes feios para os classificar: “Demagogia” e “manipulação de informação”!

Texto: by me
Imagem: edit by me

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