E o texto, lido ontem no telemóvel sentado no comboio a caminho do trabalho, era este:
“Professor condenado a 14 anos por duplo fratricídio
Porto, 27 Julho (Lusa) – O tribunal condenou hoje a 14 anos de prisão o professor que a 12 de Março matou os seus dois irmãos numa padaria, golpeando-os com uma faca.
Ficou provado que Arnaldo F., professor de 54 anos, se deslocou à padaria Formosa, (propriedade da família) na Foz, com o intuito de se reunir com os seus dois irmãos para tratar de assuntos de herança.
Porém, por razões que não foi possível apurar, gerou-se uma discussão durante a qual o arguido empunhou uma faca e atingiu com golpes que lhes provocaram a morte.!”
E a pergunta é a seguinte:
Porque motivo, num texto sintético de 103 palavras sobre um julgamento e os factos com ele relacionados, existe por três vezes a palavra “professor”?
A identificação da actividade profissional do condenado em nada acrescenta ou retira seja o que for aos factos. Ter sido incluída uma vez, para identificar o estrato sócio-económico da pessoa em causa, teria sido suficiente, ainda que na classe de professores existam diversas condicionantes extra para o definir com rigor: o grau de ensino em que exerce, onde o exerce, há quanto tempo, etc.
Estou em crer que a tripla repetição de tal identificação não será inconsequente, tendo como intuito escondido ou motivo inconsciente, o denegrir esta classe profissional que, coincidência ou não, tem sido a que mais contestação tem feito ao actual governo e cujas consequências dos seus actos reinvidicatórios, afectando milhares de famílias por todo o país ao fazerem qualquer tipo de greve.
É assim, com pequenos detalhes quase imperceptíveis, que vai sendo moldada a opinião pública. E o pacato e desatento cidadão, engole o isco, o anzol e a chumbada, ficando assim intoxicado para o acto eleitoral seguinte.
O quarto poder, não democrático porque não sufragado, é exercido de acordo com interesses não confessos, poucas vezes respeitando a ética jornalística que, por sinal, até que está bem descrita nos livros de escola onde o ofício se aprende. Ensinado por professores, pertencentes à tal classe que aqui é denegrida bacocamente.
Texto: by me
Imagem: edit by me
“Professor condenado a 14 anos por duplo fratricídio
Porto, 27 Julho (Lusa) – O tribunal condenou hoje a 14 anos de prisão o professor que a 12 de Março matou os seus dois irmãos numa padaria, golpeando-os com uma faca.
Ficou provado que Arnaldo F., professor de 54 anos, se deslocou à padaria Formosa, (propriedade da família) na Foz, com o intuito de se reunir com os seus dois irmãos para tratar de assuntos de herança.
Porém, por razões que não foi possível apurar, gerou-se uma discussão durante a qual o arguido empunhou uma faca e atingiu com golpes que lhes provocaram a morte.!”
E a pergunta é a seguinte:
Porque motivo, num texto sintético de 103 palavras sobre um julgamento e os factos com ele relacionados, existe por três vezes a palavra “professor”?
A identificação da actividade profissional do condenado em nada acrescenta ou retira seja o que for aos factos. Ter sido incluída uma vez, para identificar o estrato sócio-económico da pessoa em causa, teria sido suficiente, ainda que na classe de professores existam diversas condicionantes extra para o definir com rigor: o grau de ensino em que exerce, onde o exerce, há quanto tempo, etc.
Estou em crer que a tripla repetição de tal identificação não será inconsequente, tendo como intuito escondido ou motivo inconsciente, o denegrir esta classe profissional que, coincidência ou não, tem sido a que mais contestação tem feito ao actual governo e cujas consequências dos seus actos reinvidicatórios, afectando milhares de famílias por todo o país ao fazerem qualquer tipo de greve.
É assim, com pequenos detalhes quase imperceptíveis, que vai sendo moldada a opinião pública. E o pacato e desatento cidadão, engole o isco, o anzol e a chumbada, ficando assim intoxicado para o acto eleitoral seguinte.
O quarto poder, não democrático porque não sufragado, é exercido de acordo com interesses não confessos, poucas vezes respeitando a ética jornalística que, por sinal, até que está bem descrita nos livros de escola onde o ofício se aprende. Ensinado por professores, pertencentes à tal classe que aqui é denegrida bacocamente.
Texto: by me
Imagem: edit by me
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