Quando me mudei para a casa onde vivo uma das coisas que fiz
foi deixar bem acessíveis os livros que tenho sobre imagem, nas suas diversas
facetas.
Mas a pressa em esvaziar caixas e sacos, colocando o seu
recheio nas prateleiras, fez com que o fizesse mais pelo espaço e tamanho que
ocupam que por temas ou autores. “Mais tarde organizo isso”, pensei então. E o
mais tarde ainda não chegou.
Esta desorganização fez-me agora percorrer muitas lombadas com
os olhos, em busca de uns livros que queria para consulta. Encontrei-os, mas
insultei-me diversas vezes. E ao editores, que escrevem as lombadas com
orientações diversas, provocando verdadeiros torcicolos a quem anda meio
perdido em busca de algo.
Nesse périplo dou com este pequeno tomo.
Não me lembrava de o ter e não me recordo de todo de como me
chegou às mãos. Não tendo assinatura nem ex-libris, não terá vindo de uma
pequena biblioteca que herdei, pelo que posso concluir que terá sido comprado
numa feira de velharias.
Um dos factores que o torna de excepção é sua data de
publicação: 1954. O que faz com que as escolhas de obras e autores
referenciados sejam todas anteriores. A título de exemplo, o último capítulo
tem o nome “La nueva visión abstracta”.
Outro factor digno de nota é sermos informados no início que o
livro é ilustrado com “96 ilustraciones, una em cuatricromía”. Não apenas a impressão
de livros com imagens coloridas era particularmente cara como a própria
fotografia a cores era ainda pouco mais que novidade.
E na sua primeira badana, escrito pelo editor, podemos ler: “PEN
oferece a los lectores de nuesta patria el primer libro español que inventaria
y estudia la historia del registro mecánico de la imagem...”
Será bem interessante ler o que então se dizia da fotografia e
dos autores, se pensarmos que foi escrito e editado durante a ditadura
Franquista.
Acho que tenho com que me entreter e deliciar com a comparação
do que então se publicava e hoje se sabe sobre a fotografia.
Pentax K1 mkII, Pentax-M macro 50 1:4


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