terça-feira, 23 de abril de 2024

Marcas e afectos




Eu sou um utilizador Pentax.

Não sendo fanático a esse respeito, prefiro usar equipamento Pentax a usar outras marcas, desde que o resultado me satisfaça.

Essa preferência surgiu no final dos anos ’70 com a compra da minha primeira Pentax MX, por sugestão de um mestre e amigo e fui ficando.

Durante muito tempo mantive-me na marca e sistema por não ter como mudar porque, queira-se ou não, fotografia é algo dispendioso e não se troca de sistema como quem troca de camisa.

Depois... bem, depois veio o afecto por aquela ferramenta que tão carinhosamente encostamos ao rosto, que cuidamos e afagamos e que, se bem usada, nos proporciona momentos de satisfação e desejos de ir mais longe no seu uso. Ir mais longe no que fazemos e ir mais longe no que temos ao dispor.

Durante muito tempo este tipo de objectiva – 80-200 – esteve longe das minhas possibilidades. Mas, quando entrei no campo das câmaras digitais, encontrei uma que me satisfazia e a uma preço que podia pagar. Mas não é Pentax. E a dualidade entre a marca e o resultado foi-se mantendo, mesmo que isso não me tirasse o sono.

Um dia encontrei esta Takumar Bayonet 80-200mm 1:4,5.

Data de meados dos anos ’80, é muito maior e bem mais pesada que as equivalentes actuais, nenhum dos automatismos que encontramos hoje e a qualidade de imagem é a da Pentax dessa época.

Mas é uma Pentax, que uso de quando em vez no lugar de uma 70-300 para APS-C que tenho. Com a satisfação de obter o resultado que quero ou espero com algo da marca que prefiro e uso.

Que isto de marcas de equipamento fotográfico é um pouco como os clubes de futebol: para além da qualidade dos resultados, se equivalentes, preferimos uma em desfavor de outras por questão de hábito e afectos.

E se não tivermos afecto por aquilo que encostamos na cara, aquilo que fazemos é insípido e meramente mecânico.

Pentax K1 mkII, Tamron SP Adaptall2 90mm 1:2,5


By me

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