Leio um artigo de jornal onde encontro a expressão “... o perigoso caldinho onde fervem os principais motivos...”
Claro que pode ser uma gralha, que os correctores automáticos
de texto são implacáveis.
Também pode ser o resultado de cansaço, que a notícia foi
publicada já passava da meia-noite.
De igual forma, a crise que se vive em alguns jornais pode,
de algum modo, desmotivar quem lá trabalha e não se aplicar no seu ofício em
pleno.
Mas estou em crer que nada disto terá acontecido.
A expressão acima terá sido usada e escrita por já ter sido
ouvida diversas vezes e querer que ela dê um toque de diferença na leitura e
nas emoções que dela resultam. Mas quem a usou talvez nunca a tenha visto
impressa, ou tenha estado numa forja ou num alto forno, ou mesmo nunca tenha
visto documentários televisivos sobre o assunto.
É que a diferença entre “perigoso caldinho” e “perigoso
cadinho” é maior que um comboio. Aliás, não creio que se façam comboios sem
cadinhos.
Eu não sou exemplo no bem escrever. Não é essa a minha
profissão, mas tão só a devoção. Mas espera-se que um jornalista o seja.
E para bem escrever há que muito ler, ter um léxico
disponível bem alargado e conhecer e bem usar a sua grafia.
Claro que um bom dicionário, velhinho que seja, ajuda muito.
Pentax K50, Tamron 18-200
By me
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