Ao contrário do que muitos pensam, a fotografia não é uma
cópia da realidade. Esse foi o conceito surgido aquando da invenção da
fotografia e teimosamente divulgado e defendido por muitos fotógrafos ou
teóricos da fotografia.
A fotografia é realidade por si mesma!
O acto de criar algo que não existia uma fração de segundo
antes, bem como o seu resultado, é realidade.
Levando a coisa mais longe, e correndo o risco de ofender
algumas sensibilidades, o fotógrafo é deus, na medida em que usa a energia
luminosa, a energia da câmara e a energia criativa para criar algo novo.
Eventualmente diferente. E isso é, de acordo com todas a teologias, o que fazem
os deuses.
Vendo as coisas de outra forma, a fotografia não é uma cópia
da realidade mas antes cria tantas realidades quantas as pessoas que vejam cada
fotografia. Porque a imagem fotográfica provoca em quem a vê todo um conjunto
de emoções e apelos à memória e experiências de cada indivíduo que cria novas
realidades. Não cópias mas novas.
Mesmo a fotografia documental ou a reportagem ou a
fotografia de rua, agora tanto na moda, não são cópias do que quer que seja,
realidade inclusa. Resultam, antes sim, da interpretação do fotógrafo sobre o
que está à sua frente, dependendo das suas emoções e interpretações. A simples
(ou não tanto) escolha de uma perspectiva e momento são prova disso.
Assim, sugiro que todo aquele que faz fotografia, mesmo que
ocasional, mesmo que com telemovel ou outro dispositivo dito menor, perca esse
conceito atávico de “cópia” e assuma de uma vez por todas que está a criar e
não a copiar.
By me
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