Recordo o local exacto onde o comprei: uma loja, uma das
melhores lojas do ramo de então, na esquina da rua de santa Justa com a rua dos
Douradores, em Lisboa.
Atraíu-me, então, o formato, a capacidade e o facto de ser
de fabrico português.
Algum tempo depois descobri-lhe o ponto fraco: a correia e a
forma como prendia no saco. Resolvi a questão como se vê, recorrendo aos
sólidos materiais usados pelo exército, com um pouco de pele de seleiro e algum
trabalho artesanal.
Remonta isto à primeira metade dos anos 80 do século XX. Uns
quarenta anos, portanto.
Como tudo o mais, envelheceu. E se fez muitos km no meu
ombro, cheia ou quase, foi ficando gasta aqui e ali. E eu mudei de estratégia,
preferindo mochila nas costas a saco num só ombro. Uma inflamação no nervo
ciático convenceu-me.
E passou a ser útil para guardar equipamento em casa. E para
transporte quando a quantidade a levar assim o exigia. Depois... já nem isso,
apenas para guardar. Com o passar do tempo e a chegada de novos sacos, mochilas
e malas, passou mesmo a guardar aquilo que, tal como ele, já não estava em uso.
Agora, que há que fazer escolhas, é mais um a que darei a
merecida reforma. Será colocado no exterior no contentor de lixo, esperando que
ainda possa vir a ser útil a alguém. Para fotografia, vídeo ou o que quer que
seja.
Se bem recordo, comprei-o pelo outono. É a chegar ao outono
que dele me despeço.
By me
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