Eu sei que me vou repetir. São quatro vezes por ano, desde
há vários anos.
Mas é o que penso, é o que sinto.
Hoje é o solstício de verão. As mais das pessoas dizem que é
hoje que começa o verão. Pelo menos no hemisfério norte, que no sul dizem que
começa o inverno.
Quer isto dizer, na prática do dia a dia, que não apenas
começa a estação mais quente do ano por cá como, também por cá, hoje é o dia mais
longo do ano, em termos de quantidade de tempo de luz solar.
Para que conste, e de acordo com as tabelas, o dia hoje tem
mais três segundos de luz que ontem e menos um segundo que amanhã. Nem daremos
pela diferença.
Mas o que tem de interessante neste dia é que se repete
todos os anos, invariavelmente. Desde sempre. Pelo menos desde que o planeta
terra orbita o sol. E dias interessantes como este, ao longo doa ano, acontecem
mais três: o solstício de inverno, o equinócio da primavera e o equinócio do
outono. Sempre!
Os mais atentos poderão dar pela coisa. Ou consultarem
almanaques ou páginas web. Talvez que os noticiários falem no assunto.
Mas o certo é que o ser humano desde há milénios que sabe
disso. Bem antes de haver almanaques ou mesmo escrita. Quando o mais que havia
eram uma cavernas com desenhos e uns penedos erguidos em locais estratégicos e
de acordo com as crenças. Ou com o que observavam. E eles observavam o céu e
constatavam os equinócios e os solstícios.
Mesmo sem saberem o que os provocava, consideravam estes
dias importantes. Dias de mudança. E essa mudança justificava ser assinalada de
algum modo. E juntavam-se, muitos, e erguiam monumentos em pedras, grandes
pedras, para assinalar o dia, orientando-as em função do sol e das sombras
provocadas.
Foi isto verdade um pouco por todo o globo, transversal a todas
as civilizações, à medida que elas permitiam a observação e a construção.
E tudo isto antes da escrita como a conhecemos, quando o
conhecimento era transmitido por via oral e com, presume-se, vocábulos
limitados. E sem engenharia que facilitasse a obra.
São este quatro acontecimentos anuais, em que o ser humano
mais nada pode fazer que não constatar a sua existência e celebra-la, que fazem
com que eu nesses dias celebre a vida e o universo, tal como há milhares de
anos. Sem teorias teológicas nem conceitos complicados.
Quatro dias especiais, desde sempre celebrados, e que
deveriam, na minha opinião, serem feriados mundiais.
Quanto mais não seja para que nos lembremos nestes dias da
nossa condição insignificante. E que, por mais que façamos, o universo será
muito maior e potente do que conseguimos imaginar ou dominar.
E, já agora, que se soubermos tirar bom partido de tudo o
que ele é, podemos ir muito mais longe do que conseguimos sonhar.
Sem comentários:
Enviar um comentário