sábado, 30 de outubro de 2010

Jogadas


Não nos é estranho que o povo seja particularmente sábio nos seus dizeres e frases: Afinal, já levamos uns séculos valentes de existência e, de uma forma ou de outra, sempre vamos aprendendo qualquer coisa!
Notícia de quinta-feira, 28 de Outubro:

"Partidos e campanhas com cortes de 10%
Redução no financiamento do Estado à actividade política só vale até 2013
PS e PSD decidiram esta tarde um corte de 10% no financiamento público às campanhas eleitorais, ao financiamento dos partidos, e ao financiamento dos grupos parlamentares. Este corte no entanto é válido apenas até 2013.
A justificação dos dois maiores partidos é que a actividade partidária e os gastos nas campanhas eleitorais devem acompanhar a poupança que é pedida a todo país mas, após 2013, os encargos do Estado no financiamento destas actividades poderá voltar aos níveis actuais.
Esta foi a decisão mais importante do grupo de trabalho constituído para alterar a lei de financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais e mereceu críticas do CDS, BE e, sobretudo, do PCP. Todos estes partidos criticaram o corte "insuficiente" e "transitório" na subvenção do Estado às campanhas e aos partidos mas o PCP foi quem se apresentou com mais razões de queixa.
Os comunistas pretendiam, nesta alteração à lei, aumentar os limites de financiamento privado em numerário através de donativos dos militantes ou de ações de angariação de fundos.
Em causa está a Festa do Avante cujas receitas ultrapassam em muito os actuais limites de entrada de "dinheiro vivo" nos partidos. Segundo o líder parlamentar Bernardino Soares chegou a haver um princípio de entendimento para aumentar esses tectos que foi no entanto travado pela oposição do Bloco de Esquerda.
Por não haver consenso PS, PSD e CDS acabaram por deixar cair esta matéria deixando intactas as normas que o PCP contesta."

Os cortes nos salários da função pública, bem como o aumento de impostos e reduções nas prestações sociais são para ficar, a crer no que foi dito e insinuado pelos que estão no poder e decidem destas coisas.
Mas os cortes aos apoios à actividade política são a prazo, prazo esse que, só por coincidência, termina antes das próximas eleições legislativas calendarizadas.
Já todos sabíamos que, por cá, somos todos iguais, mas uns mais que outros.
E se não o sabíamos desta forma, sabíamo-lo pela velha frase popular:

“Quem parte e reparte, e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte!”


Texto e imagem: by me
(propositadamente, este texto foi escrito e re-escrito à revelia do novo acordo ortográfico)

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