domingo, 26 de novembro de 2023

Deduções




Há coisas que podemos deduzir directamente da simples observação, mesmo pouco ou nada sabendo sobre o objecto de per si.

A escala indicada pelo ponteiro é calibrada em footcandles, o que nos referencia para o mercado anglo-saxónico em exclusivo.

A escala de sensibilidades é apenas em valores ASA, o que nos dá a indicação de ser para o mercado norte-americano.

A sensibilidade máxima prevista na escala é de ASA 800 e mínima de ASA 1,2. Admito que o mínimo que usei foi de ASA 12 e foi há bastante tempo.

A abertura de diafragma mínima da calculadora é 45, o que nos dá uma pista sobre o tipo de objectivas em uso aquando do fabrico. Já o seu máximo ser 1 será mais uma fantasia matemática que uma utilidade real.

O tempo mínimo de exposição previsto na calculadora é 1/800 de segundo mas o máximo é de 120 minutos, o que nos leva a pensar nas sensibilidades, objectivas e utilizações da época.

O peso... bem, não é de todo comum um aparelho destes pesar tanto quanto este: 300 gramas, medidos em casa.

Uma observação mais atenta mostra que a forma de a célula receber a luz é tudo menos o habitual.

O logotipo do fabricante remete-nos para uma marca, bem explícita em letras mais pequenas, fundado por Tomas Edison, e que não é conhecida por fabricar aparelhos de medida de luz: General Electric.

O meu palpite foi que seria algures do anos ’50. Acabei por saber que o modelo foi lançado em 1950.

E, bem mais raro com esta idade, reagia à luz.

O preço? Não foi de pechincha mas estava em linha com o que palpitei e, mais tarde, vim a constatar na web.

Acabei por trazer daquela feira de “tralha”, e já no seu final, um fotómetro “2D”, com mais que um ângulo de leitura, com quase 3/4 de século, em muito bom estado “cosmético”, e funcional. Faltará saber da fiabilidade dos seus resultados mas isso será para quando tiver tempo e o tempo estiver bom.

Nota adicional: não confundir um fotómetro com um luxímetro e nenhum dos dois com um exposímetro.

 

Pentax K1 mk2, Tamron SP Adaptal2 90mm 1:2,5


By me

sábado, 25 de novembro de 2023

Relevâncias




Confrontado com uma situação, originária no seu exterior ou interior, o autor tem uma necessidade visceral de a materializar. O resultado dessa materialização é a sua exibição perante algum tipo de público, elite ou generalizado.

O público, por seu lado, procura emoções, tentando encontrá-las nos trabalhos do autor. Por isso vai às plateias ou às galerias, às bibliotecas ou aos estádios, para as receber.
Isto é válido para as artes cénicas ou plásticas, a escrita, a música, as competições desportivas... A fotografia é só uma dessas materializações.
Por outras palavras: a fotografia é pouco ou nada importante se não transmitir as emoções do autor e se não provocar emoções no publico.
O suporte, a fotografia por si mesma, em nada é relevante.

By me

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Academia




Quando a polícia é chamada para prender estudantes dentro de uma universidade por estarem a fazer uma palestra política mas não partidária...
Cheira-me a bafio. Tão bafio e tão velho que até tenho medo ao recordar outros tempos.
A escola no geral, e a universidade em particular, devem ser espaços criativos, incentivadores ao pensamento novo ou diferente, ninho de outras abordagens e conceitos.
Quando a academia assim age está a dizer: “Sejam livres e criativos, mas só se nós concordarmos com o vosso pensamento!”
Com honrosas excepções, os académicos são conservadores e castrantes da diferença. Nas artes e nas ciências. Sempre assim foi desde há uns milhares de anos. 
“E no entanto move-se.”

By me