quarta-feira, 31 de março de 2010

Números


Eu não gosto de números!
Sei que os números são o resultado da civilização e que é devido a eles que temos todas as “maravilhas” da técnica actual. Também sei que trabalhar com números, em princípio, é um óptimo método para desenvolver os raciocínios lógicos. Ou outros.
Os números definem qualidades e quantidades – arroz, cimento, energia. E definem, ou quantificam, áreas e valores. E quantificam o ser humano e o seu trabalho – o dinheiro e o valor da actividade de cada um. Aliás, quantificam mesmo pedaços do ser humano: Quanto vale um braço ou um olho num acidente de viação ou trabalho.
Mas são esses mesmos números, ou quem com eles trabalha e sobre eles decide, que convencionam o volume do estômago de um pedreiro como menor que o de um engenheiro, pelo que necessita de menor quantidade por tempo de trabalho para o encher. Ou que o olho de um pedinte é bem menos valioso que o de um ministro, em caso de sinistro e compensações.
Aliás, na sociedade em que vivemos, é bem mais importante apresentar um número, inscrito num qualquer cartão identificativo, que dizer o nome do seu portador. Que, para empresas e organizações estatais, mais que pessoas, somos números, quantificados, classificados, estatiticados.
Mas os números não quantificam ou avaliam aquilo a que, realmente, dou valor: sentimentos e emoções!
Quanto pesa uma tristeza? Qual o comprimento de uma paixão? Qual o volume da alegria de viver? Qual o valor da satisfação de criar? Que profundidade tem uma dor?
Não! Os números não me satisfazem nem respondem às minhas perguntas! Donde, pouca importância lhes dou, quer se trate de valores absolutos ou relativos.
Vem toda esta conversa a propósito de uma notícia lida recentemente sobre números: espaço, tempo e espaço/tempo.
Falava ela sobre quanto tempo estão os semáforos para peões com cor verde em Portugal. E definia velocidades de andamento para peões em metros por segundo. E que a velocidade prevista nos semáforos para o andamento de peões é muito mais rápida que a recomendada. Em resumo: que os semáforos não dão tempo para os peões atravessarem as ruas em segurança, obrigando-os a correrem, a ficarem parados na faixa central ou ainda a ignorarem as cores exibidas, com o risco que isso implica.
É-me indiferente qual a velocidade, em metros por segundo, prevista para atravessar uma rua sem ser atropelado. É que nem desconfio que velocidade tenho quando atravesso uma avenida, numa noite de luar e de mão dada com uma namorada, para a levar a casa. Mas é francamente mais lenta que quando atravesso a mesma avenida em noite de tempestade, quando a vou buscar para jantar.
Em qualquer dos casos, quero poder fazê-lo em segurança!
E não o posso fazer na esmagadora maioria das avenidas da cidade de Lisboa!
Mas, garantidamente que uma avozinha, com o netinho pela mão, o pode fazer sem sobressaltos a qualquer hora e em qualquer rua ou avenida da capital da Catalunha. Que, por muito larga que seja, os automóveis têm o sinal vermelho o tempo suficiente para que qualquer cidadão, seja qual for a sua condição física, poder cruzar à sua frente de um lado para o outro da rua.
Podemos falar em velocidades, valores absolutos ou percentagens! Do que eu sei, em 100% das ruas de Barcelona posso atravessar em segurança toda a rua. E, do pouco que os números me interessam, este é um deles!
Aliás isto é tão verdade, que dá tempo para, sem grandes preocupações, parar a meio de uma das suas principais avenidas para a fotografar. Para os dois lados!
A que horas sai o próximo transporte que percorra, rapidamente, a distância entre Lisboa e Barcelona? Eis outro número que me interessa.
Já o de regresso nem tanto.


Texto e imagem: by me

Auto retrato

Me by me

terça-feira, 30 de março de 2010

A colher e a palheta


Sou um grande consumidor de café. Aliás, tomo café em quase todas as circunstancias, seja onde ou a que horas for. Excepção feita, naturalmente, de quando estou a dormir, que tenho medo de entornar na cama, e no banho, que não gosto de café deslavado. Fora isso…
Mas, como tudo o resto na vida, tenho algumas manias no que respeita a tomar café. Uma delas começa a ser difícil de manter – mas não impossível -, é a forma como o café é apresentado neste país: embirro solenemente com o fazerem acompanhar a chávena e o pires, em loiça, com uma palheta de plástico!
Não apenas porque se perde o som do metal quando agita o líquido e bate na chicara. Não apenas pelo tacto e peso. Mas, principalmente, pelo lixo e poluição que tal provoca. O uso, por uns breves segundos, dessa palheta implica que mais um pedaço de plástico siga para os aterros sanitários. É que, e até hoje, não vi lugar algum onde as forneçam e façam a respectiva separação posterior. Segue directamente para o latão do lixo geral, aquele mesmo onde são colocados os restos dos pacotes de açúcar, as embalagens do café em grão, etc. Brincando um pouco com o assunto, daqui por 300 anos ficarão a saber que neste dia tomei um café, se fizerem uma análise ao lixo.
Para já não falar, claro, no que isso significa a montante, ou seja, a matéria-prima usada na sua fabricação, bem como a energia para tal e no papel que a embalava ao chegar às minhas mãos. Etc., etc., etc.
Assim, e como esta moda pseudo-modernista está a imperar em Portugal, transporto comigo a minha própria colher de metal. Em não tendo alternativa, peço um copo com água: lavo-a, uso-a no café, lavo-a de novo e guardo-a de novo. Palhetas de plástico para o café não, obrigado!
Mas esta moda é de um provincianismo atroz. Serve apenas para alimentar a sua produção e comercialização. Que em cruzando a fronteira tal não sucede, como será apanágio de uma sociedade que pondere a sua forma de evoluir e que não se deixa embalar por modernismos absurdos e imperativos económicos.
Dos muitos cafés que tomei em Barcelona (a um preço proibitivo, diga-se) em lugar algum tiveram o desplante de me presentear com a maldita palheta. Nem mesmo em locais de fast-food. A colher metálica lá vinha, por cima do pires e ao lado da chávena, como convém e eu gosto.
A minha própria colher, essa, passeou-se todo o tempo no saco, inútil para todo o serviço excepto aumentar-lhe o peso.
E se outros motivos de monta não existissem, esta vertente ecológica seria suficiente para alimentar este meu desejo de viver em Barcelona.

Texto e imagem: by me

segunda-feira, 29 de março de 2010

Small victories


Once in a while, I would say every 3 or 4 months, we have a black out. All of the houses and most of the streets get into the dark, with what all it means.
And I have this old habit:
If it happen after the sun set and I’m home, I go to the stairs, to see if some one got closed in the lift. If not, I return home and turn off all of my equipment. Then, I grab a bag I have ready for those situations and go down stairs, to the entrance of the building. I say there, with a flashlight, waiting for my neighbours who are returning home and have to climb all those stairs in the dark. And I offer them a candle, so that they can see their way up and, eventually, to manage to do what ever they have to do at home, if they don’t have some spare light.
Some of them ask me how they could return the candle back. I answer, joking, that the mail box would be a nice place for it, but blown up please.
When the power came back, or around 1 am if we are still in the dark, I return and go to bed.
That’s a routine I have for many years.
Some two years ago we had, on a Tuesday, another black out. And there I was, out in the dark, helping them again.
Next Saturday, when returning from work, I had the surprise of having a full box of candles in the mail box. Some neighbour wait almost a week until he or she had the chance to buy them.
I felt rewarded! Not for the candles by themselves. They are cheap and easy to get. But by the fact of he or she (I never came to know who did it) remembers that could do something for the community, even if not staying on the street in the dark.
Last week, we had another black out. Just for one hour, or so. And I hope some one will leave me another box or bag of candles. It would be one more small victory!

Texto e imagem: by me

domingo, 28 de março de 2010

One first time


I guess we all remember our first time, what ever it was about. This is the story of one of mine, about photography.
I was some 25 or 27 years ago. This friend had a sister with 14 or 15 years old. She had an extra curricular class about photography, at school. But she felt that her teachers weren’t at ease with what they were doing.
Her idea was that I when there and gave then some help.
It wouldn’t be polite from me to get there and said: “Hey, you! You know nothing about that! Let me do it!” So I told her that I may do something, but only if her teachers asked me to. Some how she manage to persuade them and they call me.
After some talks, we came to this program: a kind of workshop of 18 hours, divided by 6 days. The first four would be theoretical, were we would discuss their cameras, about negative/positive process, exposure, composition and, among all that, some semiotics. The fifth would be practical with some oriented exercises and the last about their work.
As for the exercise, I create a game, where the questions and clues had to be answer by photos. To solve the mysteries, they have to use the knowledge they acquire, aesthetic and technical: exposure, camera controls, composition and perspective. The semiotics issues were hidden on the text I gave them. If it happen today, I would added some more, as perspective control using different focal lengths. The ability of immediate view of the digital cameras and the fact of all of them, today, had a zoom, would aloud it. But then… other times, other equipments.
The class was divided by two, one group supervised by the two teachers, the other by me.
On the last day, after we (mostly they) talked about their difficulties, failures and successes, during the practice, just before the last “good by”, some of them came to me and give me this package. They said it was a kind of souvenir or reward to me, since I were there on my spare time and for free.
I don’t remember what I told them, but I know I was speechless when I open it. Inside was this photo, on this very frame. It was done by some of the kids of the group I didn’t attend on the practice day, with the express propose of giving it to me.
It’s power, the joy of living there shown, their need to brake barriers, and how it was more useful to give them the key instead of opening the gate really touched me deeply.
Through the years I have been working with several classes and being paid for it. But I believe this was the highest payment I ever received.
This photograph is always hanged at home, reminding me of my first class and of what I’ve learned then.
I may change, now and then, all the photos I have hanged at home, but this one, never!

Texto e imagem: by me

sexta-feira, 26 de março de 2010

O poste


O que tem esta imagem de especial?
Nada, responderão aqueles que estão habituados a ver disto e que, por casualidade, residem na cidade de Barcelona.
Trata-se de um banal poste de sustentação de semáforos, na beira de um cruzamento que, por sinal, até que nem é muito movimentado.
O que tem interesse, pelo menos para mim, pacóvio Alfacinha, é constatar que a edilidade da capital da Catalunha gasta uma boa maquia no desenho, encomenda e manutenção destes postes, que existem apenas em alguns locais da cidade. Quem os desenhou terá cobrado bem pela originalidade, quem os fundiu também se terá feito pagar bem, já que o número entregue terá sido não particularmente grande, tê-los de reserva para substituição em caso de dano também não será coisa barata.
Então, perguntar-se-á, porque raio se gasta dinheiro assim, por peças que todos vêem mas em que ninguém repara? Direi, talvez, pelo simples prazer de ter uma coisa bonita para ser vista, mesmo que só de passagem. Até porque, quando olhamos para um semáforo, a nossa atenção centra-se nas cores das suas luzes e pouco, se alguma coisa, no formato ou decoração do poste que as sustenta.
A menos que haja prazer em ter a cidade com coisas bonitas. Pelo simples prazer de as ter ali, mesmo sob o nosso olhar, e podermos delas desfrutar sempre que nos apetecer.
Um pouco, diria eu, à semelhança do que os antigos, os mesmo muito antigos, faziam ao decorar com preciosos detalhes, os capiteis que encimavam colunas de proporções quase que gigantescas. Quase que longe do alcance da vista. Se a coisa tem que existir, então que seja bonita e que nos dê prazer usufruir.
Que o minimalismo em que a forma quem que seguir a função sem que nada acrescente é o resultado de uma sociedade de consumo estereotipado, amorfo, asséptico e, acima de tudo, estéril!
Admirem-se, depois, de que eu querer viver em Barcelona!

Texto e imagem: by me

Um ninho de ETs

By me

Só pelo prazer...


… de brincar com um novo background. E luz, claro!

By me

quinta-feira, 25 de março de 2010

Just a story


Almost 30 years ago, I got this light meter. And I got it after some fight with a friend, who didn’t use it (he had more and better), but didn’t want to sell it. Eventually I end up with it!
Back home, I realize it gave me different readings when used as an incident reader or a reflected reader. I asked my friend about it and he, who teach in a photoschool, told me: “You wanted it, now you learn!”
There was no internet then, so I couldn’t use any forum to get some help. That way, I was forced to use my own brains (thank you my friend!), and after some time, and after reading the user manual, I came up with solution!
This is a “Studio” meter, build to be used into one, even if it works equally well outside. The question is that in a studio what generally matters is the skin tone, so it was calibrate to measure it, instead of the usual 56% grey card. And every measures I did were one stop darker than what they should.
Knowing this, there was two different approaches: either I work with it as it was, considering this kind of measurement, or I recalibrate the meter, using several others as references. I did the second!I closed some of the holes of the grid for reflected light and I came up with a light meter that gives me the same results as any other, hand-held or camera.

Why all this story? Well, because I think we have to know as well as we can our equipment and how to use it.
Some times, when light situations are extreme, either high-key, low-key or back-light, is difficult, if not impossible, to have an accurate light measure. The solution, at least one of them, is measure your own palm of hand, supposing you are an average Caucasian person, under the same light that gets on your subject, and open one stop to what the meter says.
Obviously, the ideal situation would be the use of an incident light meter or, still with the reflected one, having the measure done on a 56% reflectance grey card. But they are expensive and not always available.

I suppose it doesn’t really mater the tool your are using, as long as you really know it and how it works. I have several light meters, some to be used, some just for the fun of having them. But my Seconic will always be at the reach of my hand, faithful as it is.

Texto e imagem: by me

quarta-feira, 24 de março de 2010

Playing with light


One of the things I do like about photography is the possibility of playing with light. Reproducing what would be the natural light, or creating new atmospheres.
This one was done where I have my daily morning coffee. One of those ladies needed a photo of herself at work for some paper work for her school. And we agree to do it when her boss where out and few customers there.
I didn’t like the available light there, from the ceiling: to cold, no personality, with almost no shadows at all. And one of my favourite’s motives to use this coffee shop is its light, due to its big windows.
So I use a strobe fixed on the counter near the door. And a second one on the camera, as a fill light and trigger. My main problem? The walls full with mirrors, that would reflect either one or the other. But I manage to find an angle where they can’t be seen.
Some will say that the contrast ratio is too big, that it is an unnatural light, that no one shoots this way.
I say that this is what I see on a sunny and bright day and that this photo do reflects the joy of living and sympathy I can feel from those three ladies.

Pentax K7, 18-55 DA, ISO 400, 1/125, f:16, AF 360fgz, Eva-Blitz DM 400GA, Sunpak slave unit

terça-feira, 23 de março de 2010

Não me importo com o que possam dizer!
As férias estão a acabar, a Primavera está aí, tenho comichão no indicador direito e, afinal de contas, comprei a Pentax K7, entre outros motivos, para poder usar a parafernália de Flashes que possuo.
E se a luz existente não ajuda, faço de conta que vivo no Olimpo e crio-a eu.

Pentax K7, 18-55 DA, Flash anelar Starblitz 1000 auto Macro-lite, Flash Unomat B24 montado em braço lateral filtrado e com um slave.






By me

Belezas


Barcelona é uma cidade como qualquer outra: tem coisas boas e coisas más. Tal como tem coisas bonitas e coisas feias.
E se falamos de coisas bonitas temos que falar, pela certa, no facto de ser uma cidade limpa.
Espanha não é um país que prime por essa tradição, mas as mudanças passam, antes de mais, pelas mentalidades e os hábitos. E a verdade é que as autoridades, suponho que reflectindo a vontade da população, vêm investindo nesta questão de a cidade de Barcelona ser limpa.
É vê-los, por tudo quanto é sítio, os funcionários municipais varrendo e lavando, tanto à mão como aqui se vê, como usando pequenos veículos para o efeito.
Confesso que eu mesmo, que costumo andar com os bolsos cheios de papeis, que não os jogo na rua à toa, andei meio atarantado sem sabem o que fazer com as pontas de cigarro. Volta e meia lá via cinzeiros agarrados aos caixotes do lixo mas, as mais das vezes, via-me na contingência de apagar o cigarro na sola do sapato e jogar o remanescente no caixote mais próximo, na esperança que estivesse bem apagado.
Mas há uma outra coisa bonita de ver nesta cidade:
Como qualquer outra, tem gente bonita e gente feia. Claro que o conceito de beleza e de feiura é uma questão cultural. E, por aqui, há para todos os gostos.
No entanto, curioso mesmo de constatar é que não vi gente feia nos serviços de limpeza! Uns são mais novos ou novas, outros nem tanto, mas não os vi feios. Ao contrário do que sucede por cá.
Claro que os uniformes, bem visíveis à distância, nivelam tudo. Mas olhando para as formas corporais adivinhadas sob eles, ou vendo as feições que os encimam, tanto eles como elas são gente, senão bonitas de fazer parar o trânsito, pelo menos agradáveis de se ver.
Ignoro por completo quais os critérios que levam a que isto seja uma verdade. Não sei que farão os serviços municipais aos candidatos a varredores de rua que sejam feios ou àqueles que, com o passar dos anos, em tal se vão transformando. Alguma discriminação será feita, pela certa.
Agora que é bonito de ver a cidade limpa e as pessoas que tal cuidam bonitas, isso é uma beleza. Seja qual for a perspectiva cultural que se use!

Texto e imagem: by me

segunda-feira, 22 de março de 2010

Sou profissional, talvez


Tenho-me na conta de, no que a coisas de televisão diz respeito, ser um profissional!
Procuro fazer o que faço o melhor que posso e sei e isto por três tipos de motivos: Se o dinheiro que me pagam é verdadeiro, também o meu empenho o deve ser; o público nada tem que ser objecto dos eventuais problemas que possamos ter, a nível interno ou pessoal; tenho satisfação naquilo que faço.
Já aquilo que faço em fotografia, faço-o por puro amadorismo! Ao contrário do profissional de tv que sou, só fotografo o que quero, quando quero e como quero. Já que o meu principal objectivo é a minha satisfação.
É por haver esta diferença de atitude que estou em crer que, um destes dias, deixarei de ser profissional em televisão. Deixarei que as minhas emoções se sobreponham ao profissionalismo e, se de facto tiver que fazer este trabalho em concreto, fá-lo-ei cuspindo no principal interveniente. Coisa que nunca fiz em mais de 30 anos de ofício!
Refiro-me eventual regresso de Herman José à RTP!
Este senhor aprendeu grande parte do que sabe nesta empresa. Foi nela também que ganhou o estatuto que o guindou ao lugar que hoje ocupa no panorama humorístico nacional. A dado passo da sua carreira, zangou-se com esta estação televisiva e foi trabalhar para a concorrência. E usou nela tudo aquilo que aprendera anteriormente para denegrir a imagem da casa que o criara como artista. Passando por piadas, afirmações ou dixotes que, a coberto de serem humor, ultrapassavam os eventuais limites de boa e sã convivência.
Pois agora, depois de ser “zangado” com essa tal concorrência, irá aqui regressar, como se nada se tivesse passado, quiçá dizendo, com um sorriso, tratar-se do regresso do filho pródigo.
Por mim é mal vindo! Não consigo nem esquecer nem perdoar tudo aquilo que fez para prejudicar a casa onde trabalho e, consequentemente, eu mesmo. Enquanto eu andei a fazer o meu melhor, ele fez o possível para o destruir. E isso não lhe perdoo!
Enquanto profissional de TV, tive à frente da minha câmara todo o tipo de gente, da mais ilustre à mais ignóbil. A todos tratei por igual. Neste caso não o conseguirei e, se não puder evitar trabalhar com ele, garantido: cuspir-lhe-ei em cima!

Texto e imagem: by me

Desculpem o incómodo


Esta imagem foi feita em Barcelona.
Durante uma semana estive por lá, fazendo de turista e vendo museus e exposições. Mas, e principalmente, tendo o prazer de estar numa cidade civilizada!
É verdade que Barcelona, devido à geografia do terreno, bem como à gestão urbanística executada ao longo dos tempos, possui passeios bem largos. Grandes quanto baste para albergar incontáveis automóveis, deixando as vias livres para a circulação. No entanto…
No entanto isso não se vê. Em parte alguma!
Os passeios existem para os cidadãos andarem, passearem, estarem. Para os automóveis existem as faixas de rodagem e os estacionamentos apropriados. Que, por aqui, as coisas não se confundem.
Claro que, por vezes, os espaços pedonais são ocupados. Por obras, por exemplo. Mas estas são, como no exemplo, vedadas, circunscritas à menor área possível, impossíveis de criarem acidentes e deixando sempre espaço suficiente para que os cidadãos usufruam do que é seu: espaço.
Mais ainda: os resíduos, o entulho, a terra retirada de buracos abertos, não ficam ao deus dará, espalhando-se pelas áreas pedonais ou automóveis! Contentores, metálicos ou de tecido, são estrategicamente colocados nos locais de intervenção, enchidos com o entulho e retirados mal se encontram cheios. E o chão, em redor da obra, criteriosamente limpo por quem nele trabalha.
Acrescente-se que, ainda que de pouco adiante, são acrescentados cartazes como este, onde se pede desculpa pelo incómodo causado. Ainda que o incómodo seja como se vê.

Nota extra: vi um único automóvel mal estacionado. Na faixa de rodagem, à esquerda, encostado ao passeio e com os quatro piscas ligados. Pareceria estar em Portugal, não fora…
Não fora ter-me deixado ficar por ali por uns vinte minutos, para saber quem tinha tal feito. E a viatura só não foi multada por três vezes, porque uma bastava. Depois da primeira patrulha, um motociclista, a ter multado, duas outras pararam nesse local e tempo com o mesmo intuito. E vendo que já lá estava o respectivo papelinho, seguiram em frente. Em vinte minutos três patrulhas param perante a ilegalidade!

Nem sei porque se espantam de eu desejar aqui viver!

Texto e imagem: by me
A Mãe-natureza é, tantas vezes, agressiva, violenta, espinhosa.
No entanto consegue ser, ao mesmo tempo, tão bela…




Enferrujado


Por vezes é exactamente assim que me sinto:
Uma mola velha e enferrujada, encrostada numa superfície fria e estéril!

domingo, 21 de março de 2010

Um retrato - Zé Silva


Ficarei sempre sem saber se, neste retrato, o mais importante é quem transporta se quem é transportado.
Que mesmo os “sem abrigo” fazem questão de posar para a câmara sem mais enfeites que a cumplicidade dos olhares.

Texto e imagem: by me

sábado, 20 de março de 2010

Uma velha amiga


By me

Begging


When I first came to Barcelona, back in 92, to broadcast the Olympic Games, I was told that the city did change. And, from what I cold see, I liked.
One of their drastic changes was the expulsion of the gipsies, the prohibition of the prostitution and beggars imprison.
This may seams rather violent, but the truth is that Barcelona looked real clean and safe, also because we cold see police every where and, at some corners, armed cars.
When I came back two years later, Barcelona was no longer an Olympic City, and recovered its traditions and natural ways of living. That includes beggars, hookers and thiefs.
We could see them a little bit all over the city, but mainly around tourists, trying to get some money, either by begging, either by stealing their belongings. And I knew, personally, how their work! Or hookers around bars, nightclubs, cheap hotels and, as it happen in most towns, around the main market. I wonder why that is a special location for prostitution,
As for the gypsies, I guess they are on the countryside, since I never seen much of them.
Now Barcelona is changing again!
Burglars are still there, but police action is more intense, coming from no when in no time when called, with visible patrols everywhere. But I must say that I didn’t see any of the usual, some known to me, crooks, cheaters and pickpockets.
As well as the beggars. They are few and different. They are no longer looking miserable and dirty, sited where there people move, some with lots of dogs, showing their hand and hopping for charity. Nor the direct approach, with some strange story, to those looking like some compassion in their hearts. Now they are younger, cleaner and foreigners. From East Europe and North Africa, most of them. This is one few remainders of the old stile of begging.
I guess times are changing and poverty too.


Texto e imagem: by me

quarta-feira, 17 de março de 2010

Sob a influência de Mirò

Pode a obra de um pintor, bem como as dos seus seguidores, influenciar um fotógrafo? Pela certa que sim!
E mesmo que essa influência não se manifeste em permanente, pelo menos nos primeiros tempos algo se constata.
O trabalho de Miro não me é estranho. De cada vez que aqui venho vou ao seu museu, não apenas ver os trabalhos em exibição permanente, como também as exposições temporárias que ali sempre existem.
Para quem não conheça, recomendo. Por mim, isto o que fiz nesse dia.

Texto e imagem: by me










Objectos perdidos, ou talvez não





By me


É tudo uma questão de luz

Acredito que a fotografia é registar a luz. E que tudo o resto, que possa estar iluminado por ela, é secundário.

Se há coisa de que gosto mesmo é da luz que por aqui se encontra!



Texto e imagem: by me



segunda-feira, 15 de março de 2010

Sobre uma exposição


Hall de entrada de “Centre Cultural La Casa Elizalde”, onde decorre a exposição “Cuba - 2 mirades, 1000 colors' de Pedro Sáenz i Teresa Zafón”.
Não poderia um espaço estar mais de acordo com as imagens mostradas!

Texto e imagem: by me

Sobre uma exposição


Pode uma exposição fotográfica alterar o estado de espírito dos seus visitantes? Por certo que sim!
A primeira do dia foi aqui, logo após ter aberto as portas. De seu nome “Recordações da pátria perdida”, mostra-nos alguns aspectos do Tibete antes e durante a invasão Chinesa, bem como alguns dos combatentes que se lhes opuseram, infrutiferamente, como se sabe. Tal como nos são mostradas algumas imagens da fuga de algumas das principais figuras Tibetanas, O Dalai Lama incluso.
As imagens eram enquadradas com textos explicativos, em Castelhano e Tibetano. Como se calcula, não fui capaz de comparar o conteúdo das duas versões.
Acontece, porém, que saí do espaço com uma paz de alma, uma tranquilidade que não seria de esperar face à história ali contada. Apesar de nenhuma delas ser trágica ou explicitamente violenta, o que nelas estava implícito não deixava dúvidas ao que aquele povo tem passado. E, apesar de tudo isso, saí de lá tão tranquilo e de bem com o mundo que fiquei espantado comigo mesmo.
Sendo que não sou crente, no Budismo ou no que quer que seja, esta exposição, neste local, estará, pela certa, muito bem construída.

Texto e imagem: by me

Reflexos urbanos 2


Barcelona, by me

Reflexo urbanos 1


Barcelona, by me

domingo, 14 de março de 2010

O último voo


Um pôr-do-sol diferente, numa outra longitude, com uma outra luz.


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Anjos da cidade - De Pedra


Esta cidade está cheia de anjos. De todos os tipos!

By me

Anjos da cidade - Em Grupo


Esta cidade está cheia de anjos. De todos os tipos!

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Anjos da cidade - O solitário


Esta cidade está cheia de anjos. De todos os tipos!

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Anjos da cidade - O Fumador


Esta cidade está cheia de anjos. De todos os tipos!

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Anjos da cidade - O do Chafariz


Esta cidade está cheia de anjos. De todos os tipos!

By me

sábado, 13 de março de 2010

Orgulho de ser


De entre as muitas coisas que me levam a gostar deste povo uma é o orgulho que têm em ser o que são. Contra tudo e contra todos, assumem-se com despudor como Catalães, à revelia dos poderes instituídos por um poder central que não querem, mas contra o qual lutam de forma pacífica.


Texto e imagem: by me

Comparações


Por aqui, nos parques e jardins, competem com vantagem com os pombos e pardais.
Com o acréscimo do ruído, que não param de conversar, ou palrar, bem alto nas árvores e no volume. E quantos mais são, mais alto conversam. Assim um pouco mais ou menos o que acontece em qualquer cervejaria que se preze. Com a diferença de não haver nem finos nem tremoços.

Texto e imagem: by me

Auto retrato perto do MACBA


Me by me